“Queremos pelo menos o direito de saber se tem petróleo aqui!”
O governador do Amapá, Clécio Luís (Solidariedade) defendeu em entrevista ao programa Bastidores CNN a exploração de petróleo na Bacia da Foz do Rio Amazonas como uma oportunidade de desenvolver o estado
Cléber Barbosa
Da Redação
Segundo o governador, a produção de petróleo pode financiar a transição energética e diversificar a economia local. Clécio argumentou que o que foi negado pelo Ibama foi o direito de pesquisar, não de produzir.
Clécio Luís – “O que é explorar em petróleo, óleo e gás? Explorar significa pesquisar”, afirmou. Ele destacou que os blocos de exploração estão a 540 quilômetros de distância da foz do Rio Amazonas e a 174 quilômetros do Cabo Orange, quase no fim da placa continental brasileira.
O governador enfatizou que o Amapá busca um desenvolvimento sustentável, associando a exploração de petróleo com a manutenção dos indicadores ambientais do estado, que são “os melhores do Brasil”.
Clécio – Ele mencionou que o estado está realizando um estudo do potencial eólico e solar na costa, demonstrando o interesse em diversificar as fontes de energia.
“Nós queremos essa diversificação, e o petróleo significa para a gente, nessa diversificação não só energética, mas diversificação econômica, poder gerar desenvolvimento para o Amapá”, explicou Luís.
Críticas à visão “protecionista” do Ministério do Meio Ambiente.
Clécio – O governador criticou o que considera uma visão excessivamente protecionista do Ministério do Meio Ambiente.
“Se acostumou a colocar meio ambiente em contradição ao desenvolvimento”, afirmou.
Clécio também argumentou que é necessário associar meio ambiente com desenvolvimento, utilizando várias estratégias, incluindo bioeconomia, agricultura sustentável e exploração segura de petróleo.
Clécio também destacou a importância de mostrar a realidade da Amazônia, incluindo os desafios sociais e econômicos enfrentados pela população local.
Clécio – “Não adianta ficar falando de sustentabilidade numa realidade completamente insustentável”, disse, mencionando que 50% da população do Amapá está no Cadastro Único.
O governador concluiu defendendo uma abordagem equilibrada para o desenvolvimento da Amazônia, que considere tanto a preservação ambiental quanto as necessidades econômicas e sociais da população local.
Diário – O gestor contestou o direito retirado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) de realizar a pesquisa para comprovar a existência do petróleo na costa do Amapá e relembrou o posicionamento da ministra Marina Silva, em não renunciar ao petróleo como matriz energética para o Brasil.
Clécio – “Somos favoráveis e com propósitos muito claros. Nós queremos primeiro pesquisar, e uma vez comprovado, a decisão é feita em um patamar estratégico pelo Governo Federal. O Petróleo no Amapá significa desenvolvimento, que não queremos fazer de qualquer jeito, mas sim de forma segura e sustentável. A exploração garante uma nova matriz econômica capaz de manter nossos indicadores ambientais, que são os melhores do Brasil, e o financiamento da transição para energias renováveis”, destacou o governador.
Em outra frente, o Amapá está produzindo o maior estudo já realizado sobre o potencial eólico e solar, reunindo as informações em um atlas, financiado por emendas do senador Davi Alcolumbre e pelo então senador Jean Paul Prates. O estado possui uma das maiores taxas de ventilação e insolação do país.
Clécio – “Minerais como o petróleo são estratégicos e fundamentais para a transição energética do país. O termo mais correto para a gente é diversificação energética, porque a transição energética nós já fizemos, e o Amapá é um exemplo disso, que produz a sua energia com matriz renovável, com as hidrelétricas”, reforçou o governador.
Sobre as expectativas para a COP30.
Clécio – “A estratégia do Amapá é falar a verdade, mostrar a Amazônia como ela é. Nós temos os maiores ativos ambientais do Brasil e os piores indicadores sociais e econômicos. Isso está errado. Não adianta falar em sustentabilidade, numa realidade completamente insustentável. Deixo aqui o meu recado: Mundo, quer falar sobre a Amazônia? Venha nos escutar aqui. Não veja só a floresta, veja as pessoas que aqui vivem”, disse o governador do Amapá. ■
Perfil
Clécio Luís – Governador do Estado do Amapá, ex-prefeito de Macapá, professor, pai e declara-se apaixonado por culturas.
Trajetória profissional
– Clécio (Solidariedade) foi eleito governador do Amapá no primeiro turno das Eleições 2022.
– Com 97,70% das seções totalizadas, às 20h42 deste domingo (2), ele recebeu 215.405 votos (53,40% dos votos válidos), enquanto Jaime obteve 42,82%.
– Foram registrados 422.637 votos válidos. O total de votos em branco foi de 3.256 (0,75%), e os votos nulos contabilizaram 7.260 (1,68%). O índice de abstenção foi de 19,56%
– Clécio Luís Vilhena Vieira, 50 anos, é servidor público do estado do Amapá. Natural de Belém (PA), é formado em Geografia e professor do ensino médio.
– Em 2008, foi vereador de Macapá (AP) e prefeito da mesma cidade por dois mandatos, eleito em 2012 e reeleito em 2016.
– Também foi secretário de Educação do estado. Esta foi a primeira vez que disputou o Executivo estadual.
– Concorreu pela coligação Amapá para Todos (Federação PSDB-Cidadania/Republicanos/PP/PL/PDT/União/Solidariedade).
– Seu vice é o servidor público federal e suplente a senador Teles Junior (PDT).
Um marco na gestão
– A gestão Clécio Luís, que iniciou em janeiro de 2023, está entrando para a história político-administrativa do Amapá como a que mais chamou concursados.
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