Morre Tia Zefa, 108 anos: a mãe de todos
Sepultamento ocorre às 16h no cemitério São José; “ela era a última representante do Território Federal do Amapá, viva; a mãe de todos do marabaixo”, diz produtora cultural Elísia Congó
Douglas Lima
Editor
“Perdemos a mãe de todos do marabaixo”. Essa expressão, proferida na manhã desta quarta-feira, 24, pela produtora cultural Elísia Congó, sintetiza o sentimento de pesar de toda a nação marabaixeira do estado do Amapá, pelo desenlace, na noite anterior, de Tia Zefa, aos 108 anos de idade.
O corpo de Tia Zefa, batizada Josefa Lina da Silva, está sendo velado no Centro de Cultura Negra (CCN), no bairro Laguinho. O sepultamento ocorre às 16h, no cemitério São José, na zona sul de Macapá.
Durante o velório, coberto pela Rádio Diário FM 90,9, Elísia Congó, além de considerar Tia Zefa a mãe de todos do marabaixo, denominou-a representante imortal da cultura amapaense.
“Minha professora. Tudo que sei de marabaixo praticamente aprendi com ela, a última representante do Território Federal do Amapá, viva; agora é uma estrela que está no Céu“, concluiu a produtora cultural.
Tia Zefa teve oito filhos; foi embora deixando 45 netos, mais de 60 bisnetos e alguns tataranetos. Ela não sabia escrever nem ler, inclusive nem assinava o próprio nome, mas foi uma sabedoria que valorizou o respeito e o amor familiar e cultural no Laguinho, virtude que se disseminou por todo o estado.
O governador Clécio Luís decretou luto oficial de três dias no Amapá; o prefeito Antônio Furlan fez o mesmo, em Macapá. Os senadores Randolfe Rodrigues e Davi Albolumbre emitiram notas de pesar pela morte de Tia Zefa.
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