Para Serra, Maduro não tem condição de assumir presidência do Mercosul
Brasil, Argentina e Paraguai são contra repassar presidência para Venezuela.
Após enviar uma carta aos chanceleres de Ururguai, Argentina e Paraguai na qual declara que o Brasil considera vaga a presidência do Mercosul, o ministro das Relações Exteriores, José Serra, afirmou na noite desta terça-feira (2) que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, “não tem condições” de comandar o bloco sul-americano. Pelo critério de rodízio, a Venezuela seria o próximo país a presidir o Mercosul.
No entanto, por divergências políticas e ideológicas, os governos de Brasil, Argentina e Paraguai são contra a possibilidade de Maduro assumir a chefia temporária do bloco. Na última sexta-feira (29), o Uruguai, que até então comandava o Mercosul, afirmou que seu período na presidência do bloco havia terminado, sem transferir o mandato para um país sucessor.
“O presidente da Venezuela [Nicolás Maduro] não tem condições para assumir a presidência do Mercosul. Primeiro porque a Venezuela não cumpriu as exigências existentes, os pré-requisitos para integrar o Mercosul. […] Segundo porque, evidenemente, alguém que não consegue governar o seu país não vai poder levar o Mercossul para um bom caminho”, disse Serra ao deixar, na noite desta terça, um evento em uma universidade de Brasília.
O chanceler brasileiro afirmou que apoio uma proposta do governo argentino que defende a criação de uma comissão de embaixadores dos países que integram o Mercosul para, informalmente, dirigirem o bloco até o fim do ano, quando, então, o presidente da Argentina, Maurício Macri, assumiria o comando rotativo.
Na segunda (1º), a Venezuela rejeitou uma proposta da Argentina para que fosse realizada uma reunião com diplomatas brasileiros, argentinos e paraguaios para tentar resolver as divergências em torno da presidência do Mercosul.
Serra disse nesta terça que apoia a proposta de Buenos Aires, mas que, por enquanto, nada está decidido. Na avaliação do tucano, a sugestão argentina de criar um comitê gestor do bloco até o fim do ano é “sensata”.
“O Mercosul é uma zona de livre comércio de integração econômica. Nós temos que ficar pensando agora em ativar as economias, exportar mais, melhorar o intercâmbio, melhorar o emprego. Não podemos ficar presos a situações absurdas de um país que não é uma democracia. Democracia não tem preso político”, ironizou o ministro.
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