Arma entregue por soldado da PM a suposto faccionado pertence à corporação
Confirmação foi feita pelo secretário de justiça e segurança pública, José Neto
Elen Costa
Da Redação
Após a divulgação da prisão do soldado da Polícia Militar (PM), Claudimiro da Costa Silva, flagrado entregando uma arma de fogo para um suposto membro de uma facção criminosa do Amapá, o secretário José Neto, da Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), confirmou que o armamento, uma pistola Glock, pertence à instituição.
Em entrevista na manhã desta quinta-feira, 22, o gestor garantiu que a pistola calibre 9mm, apreendida nessa situação, foi adquirida pela Polícia Militar este ano, por meio da Secretaria.
José Neto revelou, também, que a arma, pertencente à Companhia Giro, do Batalhão de Operações Especiais (Bope), tinha sido retida recentemente e levada para perícia, depois de ter sido usado em uma intervenção policial.
“Realmente, essa arma foi usada há um tempo em um confronto, mas por meio de documentos constatamos que ela havia sido devolvida para a Polícia Militar e já estava integrada à reserva de armamento da corporação”, disse.
O secretário registrou que está acompanhando a ocorrência e que conversou com o comandante da PM/AP, coronel Costa Júnior, e que este, por sua vez, já acionou a Corregedoria da instituição para acompanhar todo o procedimento.
“No âmbito da Polícia Civil foi instaurado um procedimento, lavrado ao auto de prisão em flagrante e todo o trâmite legal. Paralelamente a esse procedimento investigativo da PC, foi instaurado um procedimento administrativo para apurar a conduta do policial militar, garantindo a ele todo o direito da ampla defesa e do contraditório, mas vamos tomar todas as medidas para que práticas como estas não voltem a se repetir em nosso estado”, assegurou José Neto.
Ele destacou ainda que o fato do preso ter sido identificado como agente de segurança pública em nada alterou a atuação dos policiais e que, ao contrário disso, o caso deixou todos indignados.
“É importante ressaltar isso. Faremos todos os procedimentos para que ele seja responsabilizado e, uma vez comprovado que ele agiu com dolo, que ele tinha a intenção, de fato, de integrar esse grupo criminoso que a gente tanto vem combatendo, que ele sofra as penalidades legais e que seja expulso da Polícia Militar”, enfatizou o gestor da Sejusp.
Sobre a vida pregressa do militar, o secretário afirmou que até então não tem conhecimento que Claudimiro tenha um envolvimento prévio com as organizações criminosas, mas garantiu que vai aprofundar o contato com a Diretoria de Inteligência da PM para saber se havia ou não algum indício de contato dele com o submundo do crime.
“Adianto que, provavelmente, ele não respondia à nada de maneira formal, senão teria sido desclassificado”, concluiu.
Por telefone o comandante-geral da Polícia Militar disse que não está medindo esforços para saber como a pistola Glock saiu da reserva de armamentos do Bope. Costa Júnior revelou que todos os armeiros, comandante e subcomandante foram chamados e que uma investigação minuciosa será realizada, a fim de descobrir de que maneira e quem desviou a arma.
O flagrante
Claudimiro foi preso na noite dessa quarta-feira, 21, após ser flagrado repassando uma arma de fogo a um indivíduo que, segundo informações, é integrante de uma organização criminosa. O fato aconteceu na travessa Manoel Pastana, no bairro Nova Brasília, em Santana, a 17 quilômetros de Macapá.
O militar é da última turma que ingressou há cerca de dois meses na corporação, e está lotado no Batalhão de Policiamento Rural (BPRU).
Foram equipes do Grupo Tático Aéreo (GTA) que receberam do Serviço de Inteligência da Sejusp informações de que o membro de uma facção atuante naquela cidade, de apelido JhonJhon, iria receber armamentos para efetuar ataques criminosos no município, e que um indivíduo em um veículo modelo Voyage Sedan prata seria o responsável pela entrega.
De posse dos detalhes, os agentes passaram a monitorar o local e avistaram o carro suspeito chegando ao endereço indicado, em seguida, o motorista do automóvel descendo e entregando um objeto enrolado em um pano para Jhon Cleiton. Depois disso, deixou o lugar.
Jhonjhon foi abordado e o carro interceptado.
Dentro do veículo foi constato que o condutor era policial militar, que confessou o crime.
Jhon Cleiton entregou a arma e indicou onde estava uma segunda pistola, com numeração suprimida. Além disso, foi encontrada uma grande quantidade munições de pistolas calibres ponto 40 e 9mm, e de revólver 38, no kit net onde ele residia.
Telefones celulares, balanças de precisão e os veículos encontrados no imóvel também foram apreendidos.
O soldado Claudemiro e Jhon Cleiton foram autuados por porte ilegal de arma de fogo e munição de uso restrito.
Arma entregue por soldado da PM a suposto faccionado pertence à corporação
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