Nota 10

Promotora de justiça lança livro que destaca questão de gênero na violência obstétrica

Alessandra Moro de Carvalho afirma que obra tem objetivo de apontar os tipos e momentos onde o mal ocorre, além de informar os direitos das gestantes


 

Douglas Lima
Editor

 

O livro ‘Direitos Humanos da Mulher: A Violência Obstétrica Enquanto “Violência de Gênero”, de autoria da promotora de justiça Alessandra Moro Carvalho, a ser lançado no próximo dia 31, vai abordar questões relacionadas ao período da gravidez, além de trazer direitos pouco conhecidos pelas gestantes. Sobre a obra, ela falou no programa Ponto de Encontro (Diário FM 90,9) desta quarta-feira, 28.

 

Dando um breve histórico sobre si mesma, a promotora disse que trabalha há 15 anos no combate à violência contra a mulher no Amapá. Alessandra também informou que o interesse de publicar um livro  veio após um estudo que foi resultado de trabalho de mestrado realizado em Portugal. E pegando o gancho do ‘Agosto Lilás’, a promotora mencionou os 18 anos da Lei Maria da Penha: “Tivemos várias conquistas”, celebrou.

 

Sobre a questão obstétrica, Alessandra listou a violência sofrida no pré-natal, parto e pós-parto, como uma grave violação dos direitos humanos. A promotora ainda atentou que a violência física, psicológica e sexual, no período da gravidez, também se enquadram na violência obstétrica.

 

Ainda complementado o tema, Alessandra pontuou que seu estudo foca na ação de obstetras do sexo masculino, denunciando a questão de gênero.

 

“Infelizmente a gente ainda vive em uma sociedade patriarcal machista, onde a mulher está sujeita a esse tipo de violência, principalmente no momento de muita vulnerabilidade”, lamentou a promotora, que informou que a violência obstétrica ainda é muito silenciada.

 

“Trago no livro uma gama de direitos que as mulheres têm e desconhecem, e que devem ser respeitados nesse período de gravidez”, adiantou.

 

Finalizando, a promotora Alessandra informou que, além da questão de gênero e de desconhecimento de direitos, outro problema reforça a violência obstétrica: a falta de preparo nas unidades de saúde. “Temos também uma violência institucional, são instituições que não estão preparadas para acolher adequadamente essa mulher nesse período de extrema vulnerabilidade”, concluiu.

 

 


Deixe seu comentário


Publicidade