Principal responsável pela contabilidade de facção é presa durante show na Expofeira
‘Rubi’ estava sendo procurada desde o início do ano; para polícia, prisão dela representa golpe significativo contra grupo criminoso
Elen Costa
Da Redação
Uma mulher, tida como uma das principais lideranças da facção criminosa Família Terror do Amapá (FTA), foi capturada na noite desta sexta-feira, 30, nas dependências do Parque de Exposições da Fazendinha, durante um show na 53ª Expofeira.
Conhecida no submundo do crime como ‘Rubi’, Karina Vitória da Silva Santos, 21 anos de idade, estava foragida desde fevereiro. Ela era um dos alvos da primeira fase da Operação Vênus, mas não foi localizada, na época.
Dentro do grupo criminoso, Rubi era a responsável por coordenar a arrecadação das contribuições mensais, conhecidas como ‘caixinha’, que são exigidas de todos os integrantes da organização.
“Esses subsídios financiam atividades ilícitas, como homicídios, tráfico de drogas e aquisição de armas”, afirmou o delegado Ismael Nascimento, titular da Divisão de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) que, junto com a Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core), realizou a prisão da criminosa.
Rubi estava com um mandado de prisão preventiva emitido com base em um inquérito conduzido pela Draco, que investiga a atuação de líderes de facção no estado. “A suspeita era o ponto focal de comunicação entre as principais lideranças de bairros e a cúpula do grupo, gerindo as finanças tanto de dentro quanto fora dos presídios, o que a tornava uma das figuras influentes dentro do grupo”, detalhou Ismael.
De acordo com informações, as equipes policiais já tinham recebido informações, através de trabalho de inteligência, indicando que havia grande possibilidade da foragida comparecer ao evento.
“Realizamos um monitoramento intenso para localizar a suspeita. Durante a abordagem, ela tentou destruir o celular que carregava consigo, numa tentativa de inviabilizar o acesso a dados importantes para a investigação, mas a ação dos agentes foi mais rápida”, explicou o delegado Abrão Trani, coordenador da Core.
A ação de prisão de Rubi faz parte da Operação Vênus. Desde o início, a operação já resultou na detenção de mais de 25 pessoas, no cumprimento de 52 mandados de busca e apreensão e no bloqueio judicial de 145 contas bancárias usadas para a movimentação financeira do grupo criminoso.
Para Ismael Nascimento, a captura dessa liderança representa um golpe significativo contra o grupo, especialmente porque ela era responsável por um dos principais mecanismos de financiamento da praticas delitivas.
“Ao enfraquecer a estrutura financeira dessa organização criminosa, conseguimos impactar diretamente sua capacidade de realizar atividades, como execuções, tráfico de drogas e compra de armamento pesado”, destacou a autoridade policial. Após as formalidades legais, a presa foi encaminhada à audiência de custódia e permanecerá à disposição da Justiça.
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