Congresso em Foco mostra que Vinícius Gurgel foi o maior gastador do Amapá no semestre; Acácio foi quem menos gastou
A cota parlamentar é um benefício dado aos deputados para custear despesas típicas do exercício do mandato
Levantamento do Congresso em Foco mostra como pode ser grande a variação, dentro de uma mesma bancada, de despesas de deputados custeadas pela cota parlamentar da Câmara. Os dados se referem apenas ao primeiro semestre do ano. Pelo levantamento, o maior gastador entre os deputados federais do Amapá é Vinícius Gurgel (PL), que torrou mais de R$ 335 mil. Quem menos gastou no semestre foi Acácio Favacho (MDB), com pouco mais de R$ 150 mil.
A cota parlamentar é um benefício dado aos deputados para custear despesas típicas do exercício do mandato, como aluguel de escritório de apoio ao mandato no estado. Inclui passagens aéreas, alimentação, locação de carro, combustível, divulgação das atividades parlamentares, entre outras. Portanto, é um benefício legal e previsto pelo regimento. A maior parte dos recursos é paga como reembolso aos parlamentares mediante apresentação de notas fiscais.
O saldo mensal não utilizado não é acumulável para o mês seguinte e os parlamentares têm até 90 dias para solicitar o reembolso. Dessa forma, os valores gastos apontados neste levantamento podem ser alterados, uma vez que os deputados podem não ter declarado despesas anteriores.
Além disso, o valor da cota parlamentar é diferente para cada estado, pois leva em consideração o valor da passagem de Brasília até a capital do estado onde o parlamentar foi eleito. Assim, a maior cota é destinada aos congressistas de Roraima, no valor de R$ 51.406,33 e a menor, aos do Distrito Federal, no valor de R$ 36.582,46.
Dessa forma, a comparação entre diferentes estados é desigual pelos valores a que cada deputado tem direito. A comparação entre parlamentares do mesmo estado, no entanto, é mais adequada, uma vez que todos têm o mesmo valor para gastar.
No começo de agosto, o portal Metrópoles publicou a lista dos 15 maiores gastadores da cota parlamentar na Câmara dos Deputados e Vinícius Gurgel apareceu na quarta colocação. O parlamentar parece ignorar as publicações, pois nunca se manifesta sobre elas.
Cartão da Transparência
Os dados acima foram extraídos do portal da Câmara. Mas você pode ver os detalhes das despesas também no Cartão da Transparência, ferramenta criada pelo Congresso em Foco em parceria com a agência AKQA, em 2022, que permite ao usuário acompanhar em tempo real, em seu celular, o registro de cada gasto efetuado por deputados com a cota para o exercício da atividade parlamentar.
O leitor recebe notificações no smartphone no momento em que um parlamentar selecionado pede ressarcimento do valor gasto, tal como tivesse sendo informado sobre despesas feitas no próprio cartão de crédito.
O Cartão da Transparência já ganhou dez prêmios internacionais. Entre eles, seis Leões no Festival de Cannes, o mais prestigiado da área publicitária em todo o planeta.
A maior diferença se dá no Amazonas, onde o deputado menos econômico, Capitão Alberto Neto (PL), gastou o equivalente a 18 vezes o que gastou, em igual período, o campeão em economia, Amom Mandel (Cidadania). Enquanto o Capitão Alberto teve R$ 303 mil em despesas bancadas pela Câmara, Amom teve R$ 16,4 mil. Aos 23 anos, o deputado do Cidadania foi o que menos gastou em toda a Câmara. Ambos são candidatos à prefeitura de Manaus.
Na comparação dos gastos por estado, Rondônia foi a unidade federativa com menor diferença entre o máximo e mínimo de gasto por deputado, R$ 317, 4 mil e R$ 254,2 mil.
Amapá
Quem mais gastou: Vinicius Gurgel (PL) – R$ 335.258,83
Quem menos gastou: Acácio Favacho (MDB) – R$ 151.848,22
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