Justiça determina que assassino de estudante aguarde julgamento preso
Almir Sena, o ‘Nenê’, foi levado para o Iapen após decisão do Poder Judiciário em audiência de custódia
Elen Costa
Da Redação
A Justiça converteu para preventiva a prisão em flagrante de Ailton Carvalho Sena, de 25 anos, o ‘Nenê’, autor do latrocínio que vitimou o estudante João Vitor Garcia Monteiro, de 15 anos de idade.
Do Fórum Desembargador Leal de Mira, o acusado foi encaminhado para o Instituto de Administração Penitenciária (Iapen), onde já esteve recluso por formação de quadrilha.
O crime, que aconteceu no fim da manhã da última segunda-feira, 9, ganhou grande repercussão e causou comoção social. A vítima estava acompanhada de cinco amigas, em um dos bancos da praça Nossa Senhora da Conceição, no bairro Trem, zona sul de Macapá, quando foram abordados pelo assaltante. Segundo relatos, João Vitor estava de cabeça baixa e não viu a chegada do indivíduo. Ao perceber que se tratava de um roubo, ele tentou impedir que o ladrão levasse os celulares das outras alunas e agarrou o criminoso. Momento em que foi atingido com uma única facada na região do tórax. Após atingir o jovem, o suspeito pegou a bicicleta do mesmo e fugiu.
O adolescente chegou a ser levado por populares para o Hospital de Emergência (HE), mas não resistiu ao ferimento.
Identificação
No dia seguinte ao fato, a Delegacia Especializada em Crimes Contra o Patrimônio (DECCP) divulgou a foto do suspeito do latrocínio do estudante.
Nas imagens captadas por câmeras de segurança de residências e estabelecimentos, o bandido apareceu fugindo na bicicleta da vítima por várias ruas e avenidas da cidade.
Arma do Crime
Uma faca, que a polícia suspeita ter sido usada no fato, foi encontrada na manhã da terça-feira, 10, por jovens que brincavam na praça Nossa Senhora da Conceição, local onde o fato ocorreu.
O objeto foi apreendido e apresentado na especializada. O delegado Leandro Leite, titular na DECCP, informou que a mesma foi encaminhada para perícia na Polícia Científica de Amapá (PCA).
A prisão
No fim da tarde de terça-feira, 10, Almir Sena foi localizado graças a uma denúncia anônima e aos levantamentos das equipes da DECCP, que contaram com o apoio da Rotam, do Bope, e do 6º Batalhão da Polícia Militar.
Ele estava escondido na casa de parentes em área de pontes no bairro Perpétuo Socorro, na zona leste da capital. No local também foi encontrada a camisa, a mochila e o tênis que ele usava no dia do crime.
De acordo com a polícia, Ailton seria integrante de uma organização criminosa.
Levado para a delegacia e autuado em flagrante, ele usou o direito de permanecer calado durante o interrogatório, embora tenha confessado ter roubado e matado João Vitor no mesmo dia em que foi detido.
Defesa
O advogado Osny Brito, que assumiu a defesa de Almir, acompanhou o depoimento do suspeito e revelou que durante a oitiva seu cliente estava tendo alucinações e ouvindo vozes.
Brito informou, por meio de nota, que o seu cliente “não encontrava-se em pleno estado de higidez de suas faculdades mentais e que o mesmo apresenta problemas psiquiátricos, sendo, inclusive, internado no HE anteriormente”.
A defesa garantiu, ainda, que irá requerer, oportunamente, o exame de incidente de insanidade mental para verificação processual, a fim de saber se no momento da ação ou omissão, o autor tinha potencial consciência da ilicitude do fato.
Homenagem
Alunos e funcionários da Escola Alexandre Vaz Tavares, onde João Vitor cursava o 1º ano do ensino médio, prestaram nesta quarta-feira, 11, uma emocionante homenagem ao jovem assassinado.
Os policiais militares da Rotam e agentes da Delegacia de Roubos também foram lembrados pela dedicação e empenho na elucidação do caso.
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