Polícia

Dez anos depois, acusado de matar universitário sentará no banco dos réus

Raoni Almeida foi morto com tiro de cartucheira após discussão por futebol com o primo que aguarda julgamento em liberdade


 

Elen Costa
Da Redação

 

Acontece nesta terça-feira, 17, o julgamento do autor do homicídio que vitimou o universitário Raoni Almeida Ramos, que à época tinha 20 anos de idade. O acusado do crime, Osmar Firmino Costa Normand, que responde pelo processo em liberdade, sentará no banco dos réus e será submetido a júri popular dez anos e cinco meses depois do fato. A sessão está prevista para iniciar as 8h no Fórum Desembargador Leal de Mira, em Macapá.

 

Maria de Nazaré Almeida, mãe da vítima, disse que o tempo de espera não tem sido fácil. “Pra outras pessoas o tempo passou, pra mim não. Parece que parou. É como se tudo tivesse acontecido ontem. Desde que meu filho foi arrancado de mim, minha vida acabou, minha felicidade foi enterrada junto com ele”, descreveu a doméstica, pedindo que seja feita justiça.

 

“O assassino do meu filho tá solto, tem mulher, filho, vive nas redes sociais, e isso pra mim é triste demais. Saber que ele tá levando uma vida normal. Por isso, eu espero que justiça seja feita; ele tem que pagar pelo que fez, que seja preso, pra que não venha tirar a felicidade de outra mãe, assim como ele tirou a minha”, concluiu.

 

Entenda o caso

No dia 28 de abril de 2014, Raoni morreu depois de ter sido atingido com um tiro de cartucheira disparado pelo próprio primo, Osmar. A motivação teria sido uma brincadeira no fim do Campeonato Carioca, entre Flamengo e Vasco. Ao término da zoação entre os primos, Raoni foi jogar futebol com os amigos e no retorno foi atacado por Osmar. O estudante chegou a ser socorrido e ficar internado por 16 dias no Hospital de Emergências, mas não resistiu.

 

O acusado chegou a se apresentar com advogado na Delegacia de Polícia Civil no bairro Nova Esperança, quatro dias depois do anúncio do falecimento do jovem, mas por não ter antecedentes criminais e estar fora do estado flagrancial, foi liberado.

 

Futuro interrompido

Raoni Almeida cursava o segundo ano do Curso de Direito em uma faculdade particular na rodovia Duca Serra, onde ingressou em 2012 por meio de uma bolsa integral, após tirar excelentes notas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Ele morava em uma localidade rural e, diariamente, caminhava cerca de dez quilômetros para ir e voltar da universidade.

 


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