Jairo Palheta quer educação, saúde e transporte melhores, e também extinguir a Guarda Municipal
Postulante à Prefeitura Municipal de Macapá, filiado do Partido da Causa Operária, um plantador de macaxeira, afirma que os do lado de baixo da sociedade só terão melhora com consciência político-eleitoral e que é preciso mobilização para conquistar direitos
Douglas Lima
Editor
O candidato a prefeito de Macapá, Jairo Palheta, oriundo do Movimento dos Sem Terra, filiado ao Partido da Causa Operária (PCO), contundente, em entrevista na manhã desta segunda-feira, 16, disse que a saúde e a educação do município não vão bem, o transporte coletivo é incompetente e que a Guarda Municipal tem que ser extinta por não cumprir o papel de prevenir o crime.
Jairo foi o segundo candidato a gestor de Macapá, entre os oito concorrentes, entrevistado pelo Sistema Diário de Comunicação. O primeiro sabatinado foi Paulo Lemos (Psol), sexta-feira passada. Os próximos serão, na sequência, Antônio Furlan (MDB), Aline Gurgel (Republicanos), Sharon Braga (Novo), Gianfranco (PSTU) e Patrícia Ferraz (PSDB).
O candidato da causa operária apontou o transporte coletivo da capital amapaense como responsável pelos transtornos e dificuldades que a população dependente do serviço vem sofrendo, desde o início da atual gestão municipal, tendo que chegar atrasada no trabalho e na escola, às vezes até perdendo o emprego, e gastando além da conta com pagamento de condução alternativa.
Se eleito, prometeu Jairo Palheta, dotará as linhas de ônibus de Macapá, de imediato, com mais de cem veículos articulados; conseguirá, com autorização da Câmara de Vereadores, empréstimo ao Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para aquisição de ônibus elétricos; e negociará para que o transporte público coletivo venha a ter tarifa zero. “Ônibus de graça é viável, mas tem que ter vontade política”, destacou.
Para o candidato, os resultados do Índice de Desenvolvimento de Educação Básica (Ideb) mostram o quanto a educação do município está atrasada. Segundo ele, os percentuais macapaenses são muito abaixo da média nacional. Chegou a citar um município paraense, segundo ele, sem expressão e chamado Aurora, que alcançou o índice educacional de 7,2%. E denunciou que há localidades interioranas onde não há transporte público para estudantes.
O candidato pregou que a prefeitura faça concurso público para contratação de professores de educação especial especializados em trabalhos com deficientes e estudantes com formas de transtornos, porque as escolas locais não oferecem ambiente nem tratamento adequado a essas crianças que não podem ser excluídas em razão de suas capacidades intelectuais. “Se houver exclusão, quem sabe estaríamos excluindo um novo Einstein”, ilustrou.
A respeito da saúde, o candidato a prefeito pelo PCO, Jairo Palheta, disse que esse serviço básico do município de Macapá precisa ser discutido, porque não funciona como deveria. Mas não apontou pontos de deficiências nem apresentou soluções ou ideias para que o setor avance de acordo com o quê pensa do assunto.
O postulante ao Palácio Laurindo Banha, a sede do governo macapaense, disse que a Guarda Municipal não cumpre com a sua obrigação, que é prevenir a criminalidade. Lembrou do latrocínio recente ao estudante João Vítor, 15 anos, em plena manhã, na Praça da Conceição, cujo criminoso agiu sem a presença de nenhum guarda no logradouro. Mas lembrou que a segurança pública é atribuição da União e dos estados-membros, e que por isso, por não cumprir a pequena função que lhe cabe, o órgão municipal tem que ser extinto.
Jairo Palheta informou que o slogan de sua campanha para prefeito é ‘Ouro e petróleo – Cidade do mercado das duas joias da Amazônia’, por acreditar que a capital amapaense pode progredir tendo esses dois minerais como fontes econômicas, mas que a população nativa tem que se preparar para o boom, cabendo ao município abrir cursos técnicos profissionalizantes à juventude, para atuar no mercado. E previu: “Quando começarem a explorar petróleo, ao macapaense caberá apenas as atividades menores, como vigilantes e serviços gerais; os altos cargos serão ocupados por gente de fora, porque não há preocupação de preparar mão-de-obra especializada aqui”.
Um agricultor plantador de macaxeira, Jairo Palheta, que desde sempre tem atuado politicamente em partidos chamados de esquerda, omitindo a palavra ideologia, disse na entrevista que não há direita nem esquerda, há os de cima contra os de baixo. E que todo mundo que está embaixo sofre problemas graves, e que só haverá melhora com a consciência político-eleitoral. “Precisamos nos mobilizar para conquistar direitos”, proclamou.
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