Cidades

Meteorologista nega que furacão tenha passado pelo Amapá, mas confirma tempestade

Para o pesquisador Jeferson Vilhena, uma coincidência de dois fenômenos climáticos provocou mudanças na configuração dos ventos por aqui


Foto: Floriano Lima

 

Cleber Barbosa
Da Redação 

 

A quinta-feira (03) do amapaense foi ora para contabilizar os prejuízos e transtornos das fortes chuvas, como também acessando informações desencontradas na Internet sobre o que realmente aconteceu. Para a meteorologia, foi um “aglomerado convectivo” o fenômeno que provocou muitos transtornos, acidentes e, infelizmente, desinformações e até medo.

Meteorologista Jeferson Vilhena explica

Doutor em Meteorologia, o pesquisador amapaense Jeferson Vilhena explica que houve a coincidência de dois fenômenos distintos, as fortes pancadas de chuva locais, e a ocorrência de dois furações no Oceano Atlântico, que embora não tenham qualquer relação física com o Amapá, ajudaram a mudar a configuração dos ventos por aqui – que ficaram um pouco mais fortes que o esperado.

Identificados como furacão ‘Kirk’ e a tempestade tropical ‘Leslie’, os fenômenos se deram a centenas de quilômetros da Costa brasileira e depois rumaram em direção à Europa.

O especialista ouvido pelo Diário do Amapá esclareceu o fenômeno climático local. “Nós estamos num período de La Niña, que intensifica as nossas chuvas, fazendo com que a estiagem perca força, levando a ocorrência dessas pancadas de chuva em nosso estado”, disse ele, em relação ao surpreendente fenômeno chuvoso em pleno verão amazônico.

Sobre as especulações a respeito do Amapá ter sido alcançado por um “rabinho” do furação, ele rechaçou completamente tal ilação e esclareceu que embora esteja a centenas de quilômetros do país, o furacão muda a configuração dos ventos, facilitando com que esses aglomerados convectivos observados aqui se desenvolvam mais facilmente. “Até hoje nenhum furacão atingiu as nossas áreas”, completou o meteorologista.

 

Curriculo

Jeferson Vilhena possui o título de Doutor em Biotecnologia, Biodiversidade e Conservação, pela Rede de Biodiversidade e Biotecnologia da Amazônia Legal – BIONORTE (maio de 2017); título de Mestre em Meteorologia pela Universidade Federal de Campina Grande – UFCG (abril de 2010); título de Especialista em Engenharia Ambiental e Saneamento Básico pela Universidade Estácio de Sá – UNESA (dezembro de 2018); título de Bacharel em Meteorologia pela Universidade Federal do Pará – UFPa (fevereiro de 2008).

 

 


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