Polícia Civil desvenda esquema sofisticado de golpes virtuais orquestrados dentro do Iapen
Houve representação pela prisão de todos os suspeitos; justiça negou o pedido, por entender que havia se passado muito tempo desde o cometimento do crime, que ocorreu há aproximadamente, dez meses
A Polícia Civil concluiu uma importante investigação que desmantelou um esquema sofisticado de fraudes eletrônicas. O caso envolveu um grupo de pelo menos quatro pessoas que operavam dentro e fora do sistema penitenciário do Amapá.
De acordo com o delegado Nícolas Bastos, que presidiu o Inquérito Policial, houve a representação pela prisão de todos os suspeitos. A justiça, no entanto, negou o pedido, por entender que havia se passado muito tempo desde o cometimento do crime, que ocorreu a aproximadamente dez meses.
Um aspecto observado nos levantamentos é a tendência de alguns membros de facções criminosas estarem migrando de crimes como roubo e tráfico de drogas para golpes pela internet. A equipe conseguiu identificar com precisão as funções de cada integrante do grupo. “A esposa de um detento do Iapen comprava chips e os cadastrava para que presos usassem contas de whatsapp de dentro da cadeia”, revelou Bastos.
Ainda segundo as investigações, de dentro da prisão outro faccionado criava falsas páginas de lojas de materiais de construção, usando nomes de empreendimentos reais e conhecidos, e enganava as vítimas fazendo falsas vendas.
“A voz deste indivíduo foi identificada nas mensagens do aplicativo extraídas durante as diligências”, afirmou o delegado. Outro apenado recrutava membros de sua mesma facção criminosa para cederem suas contas bancárias como ‘laranjas’ para receber os valores dos golpes.
“Por fim, o elo mais visível da organização, uma ex-presidiária que responde por integrar organização criminosa e tráfico de drogas, e que foi presa duas vezes em flagrante, cedeu sua conta bancária em troca de uma comissão do dinheiro da vítima”, disse o delegado que preside o IP.
Os investigadores conseguiram rastrear transferências bancárias, extrair e analisar conversas de aplicativos de mensagens e identificar dispositivos eletrônicos utilizados nos crimes. “A Polícia Civil demonstrou mais uma vez sua capacidade de produzir provas complexas, utilizando técnicas avançadas de análise digital e cruzamento de dados”, concluiu a autoridade policial.
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