Política

Amapá precisa abrir o mercado da agricultura em escala, diz Júnior Favacho

Parlamentar defende restrição à monocultura de espécies exóticas no ZEE para valorizar produtores locais e impulsionar o agronegócio no Amapá


 

Cleber Barbosa
Da Redação

 

O deputado estadual Júnior Favacho (MDB) fez um discurso enfático em defesa da valorização dos produtores locais e da criação de políticas que proíbam a monocultura de espécies exóticas no estado no novo Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) do Amapá. Durante seu discurso na sessão ordinária da Assembleia Legislativa do Amapá (Alap) desta terça-feira, 15 de outubro, o parlamentar afirmou que essa medida seria fundamental para proteger e incentivar o desenvolvimento de culturas como soja, milho e outras já existentes no estado, ao invés de abrir espaço para espécies que, segundo ele, trazem pouco retorno econômico e social.

 

Júnior Favacho usou como exemplo a empresa Amapá Florestal e Celulose S.A. (Amcel) que detém uma concessão para explorar milhares de hectares de terras no estado, mas não gera uma quantidade de empregos insuficiente diante do potencial econômico do Amapá. O parlamentar ainda cobrou que a empresa apresente de forma clara os benefícios econômicos e sociais gerados, questionando se a presença da Amcel está realmente revertendo em melhorias para a população.

 

“Apresentarei essa proposta junto ao ZEE porque acredito que quanto tirarmos esses pinheiros e eucaliptos e aproveitarmos a terra para plantar soja e plantar milho, nós veremos a revolução do agronegócio no nosso estado. A gente vai parar de exportar comida, porque hoje estamos comprando do sul e sudeste mais de R$ 3 bilhões em alimentos por ano”, afirmou Júnior Favacho.

 

Indústria madeireira

O deputado comparou essa situação com o setor madeireiro em Porto Grande, onde, segundo ele, já há um déficit de mão de obra devido ao crescimento da demanda. Esse aquecimento do setor seria resultado de uma política acertada do governo estadual em conceder licenças para o manejo florestal, o que permitiu a geração de mais empregos. “Fiz uma conta rápida aqui e identifiquei que, enquanto a Amcel gera um emprego a cada 600 hectares, os madeireiros do Amapá estão empregando muito mais e já não conseguem encontrar profissionais suficientes para atender ao mercado”, disse.

 

Manejo Florestal

O parlamentar lembrou que em julho deste ano o governo do Estado oficializou a entrega de 32 Autorizações de Exploração Florestal (Autex) para pequenos produtores rurais que atuam com manejo florestal sustentável madeireiro e não madeireiro no Amapá. As licenças reativaram 16 indústrias localizadas na cidade e nos municípios de Pedra Branca, Mazagão, Tartarugalzinho, Serra do Navio e Macapá, gerando 800 empregos diretos em um semestre e a possibilidade de 4 mil ocupações ao longo de oito meses.

 

Favacho destacou que é necessário replicar essa postura do governo em outras áreas do setor primário, com o objetivo de transformar o agronegócio no estado em um motor de geração de emprego, renda e divisas para o Amapá. Para ele, o novo ZEE deve ser uma ferramenta para impulsionar um modelo de desenvolvimento sustentável e lucrativo para o estado, priorizando o que realmente beneficia a economia local e as famílias amapaenses.

 

O parlamentar reforçou seu compromisso com o debate e com a aprovação de políticas que garantam o uso racional e sustentável do território amapaense, promovendo o desenvolvimento econômico e o bem-estar social. Atual presidente da Comissão de Agricultura e Abastecimento da Alap, ele também garantiu que seu discurso vai ao encontro das demandas do setor primário, e de produtores rurais que buscam segurança jurídica para produzir no Amapá, e gerar emprego e renda no estado.

 


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