Polícia

MP-AP obtém condenação individual de 50 anos de reclusão para dupla de homens que fizeram reféns no HE

Após assalto frustrado em joalheria de Santana, ‘Macaco’ e ‘Rarica’ fizeram fuga cinematográfica na direção de Macapá, onde foram presos após cometimento de 18 crimes, entre eles três tentativas de homicídio e três sequestros


 

Em julgamento nessa terça-feira, 15, com mais de 12 horas de duração, o Conselho de Sentença do Tribunal do Júri de Macapá acolheu a tese do Ministério Público do Amapá (MP-AP) e condenou os réus Alex Sandro Ferreira Damasceno (Macaco) e Raryellson Souza Brito (Rarica) a 50 anos de reclusão, cada, em regime fechado. Após assalto frustrado a uma joalheria no município de Santana, a dupla submetida ao júri, ao empreender fuga para a capital do estado, cometeu 18 crimes, dentre eles três tentativas de homicídio e três sequestros, sendo o último na calçada do Hospital de Emergências de Macapá (HE), segundo denúncia ministerial.

 

O promotor de justiça e titular da 1ª Promotoria do Tribunal do Júri de Macapá, Benjamin Lax, defendeu a tese do MP-AP e obteve a condenação dos réus. Em sua argumentação, o membro do Ministério Público comprovou a materialidade dos crimes, por meio da demonstração das duas armas de fogo apreendidas, do veículo roubado para a fuga e dos laudos periciais no local do crime e do veículo, além de vídeos e depoimentos das testemunhas.

 

Ao proferir a sentença, o presidente do júri e juiz de direito Luis Guilherme Conversani destacou que as circunstâncias também pesaram contra os réus: “uma vez que os crimes foram praticados em um contexto quase cinematográfico, com a prática de vários crimes em sequência, subtraindo patrimônios alheios um atrás do outro, levando consigo quem quer que conseguisse tomar em seu poder para fins de utilização como refém, alguns dos quais foram projetados para fora do carro em certo momento, não demonstrando o mínimo de pudor em relação ao patrimônio, à liberdade e à incolumidade física das outras pessoas, condutas essas que foram cometidas em um contexto de perseguição intermunicipal, entre os municípios de Macapá e Santana, passando por rodovias e ruas de grande circulação de pessoas, no meio da tarde, em pleno horário comercial de um dia útil, causando colisões com outros veículos, cruzando sinais vermelhos e de parada obrigatória, colocando em risco toda e qualquer pessoa que cruzasse o seu caminho, o que desborda – e muito – do inerente ao tipo penal, exigindo maior reprimenda.”.

 

Entenda o caso

No dia 1 de julho de 2021, por volta de 15h30, os denunciados Alex Douglas Ferreira Damasceno e Raryellson Souza Brito, munidos de arma de fogo, tentaram roubar uma joalheria em Santana; houve troca de tiros com um indivíduo dentro da joalheria e empreenderam fuga. Fizeram de refém a vítima Irlan Padilha, em uma lavagem de carros, tentaram fugir em uma Hilux, mas não conseguiram, e foram para outra lavagem, onde sob ameaça com arma de fogo, pegaram um carro, modelo Gol, e fizeram de refém a segunda vítima, a proprietária do veículo Jéssica Silva de Almeida.

 

 

Em razão do tiroteio na joalheria, Alex Sandro ficou ferido foi então que seguiram de Santana para Macapá em busca de atendimento no Hospital de Emergência, levando os reféns. Foram perseguidos pela Polícia Militar, que havia sido acionada pelo CIODES, resistiram à abordagem e, ambos os denunciados tentaram matar a equipe policial com disparos de arma de fogo em direção ao sargento Daniel Alves e os soldados Scheer e Campelo.

 

Ao chegar ao HE se envolveram em um acidente de trânsito, oportunidade em que Jéssica Silva conseguiu fugir e se esconder no quartel do Corpo de Bombeiros, enquanto Alex Sandro levou o refém Irlan Padilha para dentro do Hospital, e Raryellson Brito, por meio violento, ameaçou com arma de fogo e fez de refém a vítima Gabriela Gama Barroso, que estava em frente à unidade hospitalar. Após, aproximadamente, três horas de negociação, os denunciados se renderam à PM.

 

“A materialidade, as qualificadoras e os relatos das vítimas e testemunhas eram inquestionáveis e levaram os integrantes do júri a acolherem a nossa tese, condenando os dois pelos diversos crimes, mas principalmente porque se ficarem soltos colocarão novamente em risco as vidas de pessoas inocentes. Mais uma vez o Ministério Público demonstra eficiência na busca por justiça”, afirmou Benjamin Lax.

 


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