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Julgamento de Dilma em agosto

O baixo astral dos petistas, comandados por Lula e Dilma, foi confirmado quando a comissão processante do Senado, presidida pelo ministro Ricardo Lewandowski, presidente do STF, encerrou os seus trabalhos.


Ruy Guarany – Jornalista 
Articulista

A comissão processante do Senado, que analisou o pedido de impeachment da presidente Dilma Roussef, concluiu os trabalhos, quando o relatório do senador Anastasia (PMDB-MG), que recomenda a perda do mandato pela prática de crime de responsabilidade, foi aprovado por 14 x 5. Após, foi submetido à apreciação do plenário, como penúltimo passo, para o julgamento final, que deverá ocorrer ainda no corrente mês com a previsão de que deverá se estender por uma semana.

Muito embora os senadores que defendem Dilma Roussef continuem afirmando que nem tudo está perdido, o certo é que pelo andar da carruagem a Presidente afastada já pode começar a arrumar as malas para deixar o Palácio da Alvorada. Do mesmo modo, os petistas e aliados, que durante 13 anos usufruíram das benesses do poder, que comecem a esquecer o passado de triste lembrança para os brasileiros que aspiram por um Brasil melhor, sem corrupção, tráfico de influência, abuso do poder, desmantelo da máquina pública e conluio com o nefasto modelo bolivariano.

O baixo astral dos petistas, comandados por Lula e Dilma, foi confirmado quando a comissão processante do Senado, presidida pelo ministro Ricardo Lewandowski, presidente do STF, encerrou os seus trabalhos. Em sessão que entrou pela madrugada, o relatório do senador Anastasia, que pediu o afastamento definitivo da Presidente, foi aprovado por 59 x 20, muito além dos 41 votos necessários. Agora, na condição de ré, Dilma Rousseff irá a julgamento final sem qualquer chance de reversão a um processo recheado de provas irrefutáveis que sinalizam para a prática de crime de responsabilidade.

Certos de que a cassação de Dilma Roussef é inevitável, dirigentes do PT começam a reorganizar o partido para exercer uma oposição sistemática, tanto no Congresso Nacional, quanto em manifestações de rua. A ala mais radical do partido, inconformada com o desfecho do impeachment, recorreu ao órgão de recursos humanos da OEA, solicitando interferência no sentido de barrar o processo e impedir a saída da Presidente. Cá p’ra nós, muito embora a OEA seja um órgão normativo, não costuma interferir em assuntos internos dos países membros, limitando-se apenas a atuar como observador. Esse procedimento vem sendo adotado, inclusive, em países dominados por ditadura. Sendo o Brasil um país democrático, onde as instituições funcionam em toda a sua plenitude, acreditar que a OEA poderá anular o impeachment contra a presidente Dilma é o que se pode chamar de produto de imaginação fértil. Daí o entendimento de que o recurso do PT tende a resultar em nada, absolutamente nada.

No momento em que a opção pelo impeachment cresce no Congresso Nacional e na opinião pública, resta ao PT o retorno à oposição. Ao tentar impor ao Brasil um projeto que previa o domínio absoluto do poder, os senhores do PT esqueceram que no Estado Democrático de Direito a alternância se constitui em palavra chave para o bom desempenho da governabilidade. Sabendo-se que Dilma Roussef não tem mais condições de continuar governando o país, a sua saída representa mais uma vitória da democracia conquistada com destemor e sentimento de brasilidade do povo brasileiro.

Aconteceu no Congresso Nacional - O deputado Carlos Lacerda (UDN-RJ) fazia um pronunciamento na tribuna da Câmara, recheado de duros ataques ao presidente Juscelino Kubitschek. Em aparte, o deputado Silvestre Péricles de Goes Monteiro (PSD-AL) defendeu JK e concluiu, dizendo: “Vossa Excelência se transformou em purgante nacional”. A resposta de Lacerda foi imediata: “Se eu sou o purgante, vossa excelência é o efeito”…


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