Agosto!!!
Durante nove meses, deputados e senadores se debruçaram sobre as peças do processo que pedia o impeachment da presidente acusada da prática de crime de responsabilidade.
Ruy Guarany – Jornalista
Articulista
Finalmente, chegou ao fim, o julgamento do processo de impeachment contra a então presidente afastada Dilma Rousseff.
Durante nove meses, deputados e senadores se debruçaram sobre as peças do processo que pedia o impeachment da presidente acusada da prática de crime de responsabilidade.
Sempre representada pelo seu advogado José Eduardo Cardozo, durante a tramitação do processo, Dilma compareceu ao Senado, nessa segunda-feira, 29, para se defender perante o tribunal composto por 81 senadores e presidido pelo presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski.
Durante a sessão estafante, iniciada às 9h e terminada às 23h, Dilma Rousseff foi submetida a interrogatório dos 48 senadores inscritos para fazer perguntas.
Na parte final da sessão, a presidente foi interrogada pelos advogados autores do impeachment, Miguel Reale Filho e Janaína Pascoal. Mostrando tranquilidade, a presidente respondeu a todas as perguntas, argumentando, sempre, que era inocente.
O julgamento continuou no dia 30, às 10h, quando os 81 senadores tiveram a oportunidade de formar suas opiniões, sem direito à réplica e tréplica, como recomenda o ritual na fase final.
Quando o último da lista usou da palavra, o relógio indicava 2h20 da madrugada do dia 31 de agosto.
Os trabalhos foram retomados às 11h do último dia do mês. Após as considerações iniciais do presidente Lewandowski, seguiu-se a votação.
Uma questão levantada por senadores do PT foi acatada pelo presidente que, ao invés de uma, como reza a Constituição, foi fatiada em duas votações.
Na primeira, os senadores, por 61 a 20, decidiram pela culpabilidade de Dilma Rousseff, que perdeu o mandato de presidente, legitimando a posse de Michel Temer.
Na segunda votação, muito polêmica, Dilma Roussef teve os direitos políticos garantidos, o que lhe permitirá concorrer a qualquer cargo eletivo, além de exercer cargos públicos.
Tanto o PT, quanto o DEM, ingressaram no STF com o pedido de revisão do julgamento. No tocante à cassação do mandato, as chances de reverter são mínimas já que envolve o julgamento político. Quanto ao que se refere à manutenção dos direitos políticos, à clareza da lei, a reversão será possível.
Agora, definitivamente fora do poder da República, Dilma Roussef passa para a história como o terceiro Presidente a perder o cargo, em agosto. O primeiro foi Getúlio Vargas, que cometeu suicídio em 24 de agosto de 1954 e, o segundo, Jânio Quadros, que renunciou à Presidência da República em 25 de agosto de 1961. Sabendo-se que agosto é agosto, fica a pergunta: Quem será o próximo?
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