Política Nacional

Com Lula e ‘Fora, Temer’, PT tenta dar fôlego à campanha de Haddad

Agora, nesta última semana de campanha, o exemplo da trajetória de Jandira Feghali no Rio de Janeiro chama a atenção dos petistas. Ela fez uma campanha totalmente “nacionalizada” em que o discurso na propaganda eleitoral era o mesmo feito no Congresso com base na “narrativa do golpe” e tendo como palavra de ordem o “Fora, Temer”.


Fernando Haddad, mayor of Sao Paulo, speaks during an interview at City Hall in Sao Paulo, Brazil, on Thursday, July 10, 2014. Haddad hopes the World Cup helped transform his citys image among the 500,000 tourists who visited during the event, saying Most of those who came in for the first time will come back. Photographer: Paulo Fridman/Bloomberg via Getty Images

No começo do ano eleitoral, com a campanha ainda engatinhando, o PT paulistano calculou como estratégia focar nos assuntos da cidade e nas realizações do primeiro mandato de Fernando Haddad. Isso para deixar bem longe os assuntos nacionais que eram indigestos – “petrolão”, os problemas do governo Dilma e outros problemas no caminho, como o desgaste do próprio PT. A presença de Lula na campanha seria feita com parcimônia porque poderia ajudar numa região, mas atrapalhar em outra.

Agora, nesta última semana de campanha, o exemplo da trajetória de Jandira Feghali no Rio de Janeiro chama a atenção dos petistas. Ela fez uma campanha totalmente “nacionalizada” em que o discurso na propaganda eleitoral era o mesmo feito no Congresso com base na “narrativa do golpe” e tendo como palavra de ordem o “Fora, Temer”.

No Rio, há um candidato disparado na frente que é Marcelo Crivella (PRB) e um pelotão atrás com quatro candidatos disputando a segunda vaga: na esquerda, Marcelo Freixo (PSOL) e Jandira Feghali (PCdoB); e do outro lado Pedro Paulo (PMDB) ligado ao prefeito Eduardo Paes, e à direita, Flávio Bolsonaro (PSC). Freixo que teve bom desempenho na disputa passada, agora está em pé de igualdade com os concorrentes do segundo pelotão. Jandira é quem mostrou algum fôlego. E isso está sendo atribuído a seu discurso nacional na campanha.

A propósito, Jandira levou Dilma para eventos de campanha nesta semana e lá a ex-presidente disse que tem ouvido muitas vezes “volta, Dilma” e quem quer isso deve votar em Jandira. Como aquela “narrativa do golpe” teve o condão de reunificar a base petista, ou parcela da esquerda, sobretudo entre estudantes, professores e intelectuais, Jandira mirou neste eleitorado. E, assim, ganhou certo fôlego.

A grande expectativa é sobre quem irá para o segundo turno com Crivella. Se Jandira passar por este crivo, terá sido pelo discurso mais político que tem muita aderência em parcela do eleitorado do Rio, sobretudo entre artistas e intelectuais – avaliam petistas.

É isso o que o PT quer fazer em São Paulo nesta reta final da campanha. Lula, que estava andando pelo Nordeste, onde seu discurso tem mais aceitação, agora vai desembarcar com tudo na campanha de Fernando Haddad. Vai tentar repetir por lá a estratégia do PCdoB no Rio: polarizar com os candidatos que são ligados, próximos ou simpatizantes do governo Michel Temer. É o real “nós contra eles” que Lula tanto gosta de fazer.


Deixe seu comentário


Publicidade