PF vê indícios de que Guido Mantega foi um dos beneficiários de propina
“Há assim, indícios de que Guido Mantega também tenha sido beneficiário de pagamentos ilícitos e/ou intermediador de pagamentos realizados pelo Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, tal qual o foi Antônio Palocci Filho”, diz um trecho do documento da PF.
Na planilha de propinas anexada pela Polícia Federal (PF) nas investigações da 35ª fase da Operação Lava Jato feita na segunda, 26, o ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega é apontado como possível benefíciário de R$ 50 milhões. Segundo a PF, o ex-ministro pode ter sido identificado pelo codinome “Pós Itália”.
“Há assim, indícios de que Guido Mantega também tenha sido beneficiário de pagamentos ilícitos e/ou intermediador de pagamentos realizados pelo Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, tal qual o foi Antônio Palocci Filho”, diz um trecho do documento da PF.
Outro trecho do documento diz que: “seriam devidos, à época da última atualização da planilha, R$ 6 milhões para ‘Itália’, em referência ao Italiano, ou seja, a Antônio Palocci Filho, R$ 23 milhões para ‘Amigo’, ainda não identificado, e R$ 50 milhões para ‘Pós Itália’, cujos indícios preliminares apontam para o emprego deste termo em referência a Guido Mantega”, fiz um trecho do documento da PF.
A 35ª etapa da Lava Jato surgiu de uma planilha apreendida na 23ª fase operação, chamada de Acarajé, na qual foram presos o publicitário João Santana e a mulher, Monica Moura, que fizeram campanhas eleitorais para o Partido dos Trabalhadores (PT).
Antônio Palocci – ministro da Casa Civil no governo Dilma Rousseff (PT) e ministro da Fazenda no governo Lula (PT) – aparece na planilha, como “Italiano”.
De acordo com o Ministério Público Federa (MPF), a planilha chamada de “Posição Programa Especial Italiano” mostra valores ilícitos repassados aos investigados.
Palocci foi preso temporariamente nesta segunda. Já Guido Mantega foi um dos alvos da 34ª etapa da operação, deflagrada na quinta-feira (22). Ele teve a prisão temporária decretada, que foi revogada horas após o ex-ministro ser levado para a sede da PF, em São Paulo.
Criada em agosto de 2010, a planilha foi modificada pela última em agosto de 2012. Nesta última atualização, segundo a PF, Marcelo Bahia Odebrecht, ex-presidente do grupo Odebrecht, se reuniu com Guido Mantega, conforme a agenda do celular do empresário, que está preso pela Lava Jato desde junho de 2015 e que já foi condenado a 19 anos e 4 meses de prisão por envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras.
Nas anotações, o número relacionado à “GM” está associado a Guido Mantega, ainda de acordo com a PF. A Polícia Federal também afirma que, na mesma anotação, há indicação de outros pagamentos ilícitos que seriam definidos com Guido Mantega e outras duas pessoas.
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