Ministro que antecipou Lava Jato diz pecar por ação, mas não por omissão
Em encontro com representantes do Movimento Brasil Livre (MBL), em Ribeirão Preto (SP), cidade administrada pelo ex-ministro Antonio Palocci em dois mandatos, Moraes sugeriu que nesta semana haveria nova fase da Lava Jato.
O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, afirmou que não peca “por omissão”, mas que podia “pecar um pouquinho menos por ação”. A declaração foi dada após ele ser anunciado para falar no palco e ser elogiado por, segundo apresentador integrante do cerimonial do evento, não se omitir nunca.
Em encontro com representantes do Movimento Brasil Livre (MBL), em Ribeirão Preto (SP), cidade administrada pelo ex-ministro Antonio Palocci em dois mandatos, Moraes sugeriu que nesta semana haveria nova fase da Lava Jato. Na segunda, a Polícia Federal deflagrou a 35ª fase da operação e prendeu o ex-ministro da Casa Civil e da Fazenda Antonio Palocci, do PT, sob suspeita de favorecer a Odebrecht durante os governos petistas.
Na avaliação dos parlamentares que fazem oposição ao governo do presidente Michel Temer, o ministro da Justiça antecipou a operação. Durante sua fala nesta sexta-feira, Moraes não fez referência ao caso. “Pela omissão eu não peco. Podia pecar um pouquinho menos pela ação às vezes”, declarou ao iniciar seu discurso em almoço no Instituto dos Advogados de São Paulo.
Em entrevista coletiva, após discursar, o ministro foi perguntado sobre a que se referia quando disse que não peca por omissão. Ele respondeu que nunca agiu “só na rotina, na burocracia” em sua carreira pública. “Acho que um gestor público tem que fazer exatamente isso. Se você tem – como eu tive, graças a Deus, na minha vida – oportunidade de exercer vários cargos, você não pode simplesmente agir burocraticamente. Você tem que agir de forma proativa, não só reativa”.
Corrupção
O ministro também comentou a necessidade de combater a corrupção “Obviamente, não foi o Brasil que inventou a corrupção, e não é só no Brasil que existe corrupção, mas que o Brasil exagera, exagera. O Brasil quer ser medalha de ouro para poder roubar a medalha de ouro depois”, afirmou o ministro, que completou dizendo que o dinheiro desviado causa mortes. “Esse dinheiro era para saneamento básico, esse dinheiro era para a saúde, esse dinheiro era para segurança pública. O desvio desse dinheiro acarreta na carência de recursos da administração pública. Então, há necessidade de aperfeiçoamento legislativo.”
Atentado em Goiás
O ministro também comentou o atentado em Itumbiara (GO) que resultou na morte do candidato José Gomes da Rocha (PTB), de 58 anos, conhecido como Zé Gomes, e o cabo da PM Vanilson João Pereira, de 36 anos, durante carreata. Moraes disse que tudo leva a crer que “não foi um crime eleitoral, foi um crime passional”.
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