Política Nacional

Doações a campanhas no 1º turno encolhem 65% em relação a 2012

Arrecadação passou de R$ 7,2 bilhões para R$ 2,5 bilhões neste ano.


Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apontam que as doações realizadas durante a campanha de primeiro turno nas eleições municipais caíram de R$ 7,2 bilhões (R$ 5,3 bilhões corrigidos pela inflação do período) em 2012 para R$ 2,5 bilhões em 2016, o que representou um encolhimento de 65%.

Os números mostram que o valor total das doações feitas neste ano representa quase um terço do que foi doado há quatro anos, levando-se em conta a inflação do período, calculado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

Um dos principais motivos para a queda está na diminuição do período de campanha. Há quatro anos, elas duravam 90 dias – começavam em julho e terminavam no início de outubro. Agora, os candidatos só podem começar as campanhas no meio de agosto, 45 dias antes do primeiro turno.

No último domingo (2), dia do primeiro turno, ao mostrar dados parciais dos gastos de campanha, o presidente do TSE, Gilmar Mendes, explicou que a diminuição nas doações também poderia ser explicada pela minirreforma eleitoral aprovada pelo Congresso no ano passado. Entre as principais mudanças nas regras, além do período de campanha, também foram aprovados um limite de gastos para os candidatos e o fim das doações de empresas – determinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em 2015.

“É uma diferença significativa, o que talvez reflita o caráter mais modesto e econômico do pleito, como está se vendo, em razão das mudanças na legislação, no modelo de doação”, declarou Gilmar Mendes no domingo.

O TSE informou que os candidatos a prefeito e a vereador declararam ter gasto R$ 2,1 bilhões com a campanha de primeiro turno. O número equivale a um terço das despesas informadas em 2012, quando o montante chegou a R$ 6,2 bi no 1º e no 2º turno da eleição.

As cifras registradas pelo TSE não captam as doações não declaradas pelos candidatos e partidos, o chamado “caixa dois” de campanha. Esse tipo de doação é considerado crime eleitoral e se tornou foco de preocupação neste ano com o fim das doações empresariais.


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