Política Nacional

Zenaldo Coutinho, do PSDB, é reeleito prefeito de Belém

“Eleição é isso. Uma parte que vota contra e outra que vota a favor, mas tivemos a maioria dos votos”.


Zenaldo Coutinho, do PSDB, foi eleito nesse domingo, 30, prefeito de Belém para os próximos quatro anos. O resultado foi confirmado com 98% das urnas apuradas, às 17h40, mas a totalização só foi encerrada 18h43. O tucano teve 396.770 votos, o que corresponde a 52,33% dos votos válidos, contra 361.376 de Edmilson Rodrigues (Psol) que correspondem a 47,67%.

Após a confirmação da vitória, o candidato agradeceu aos seus eleitores. “Nós começamos e diziam que nós não tínhamos chance nem de ir para o 2º turno. Saímos nessa grande caminhada e eu quero aproveitar para agradecer às milhares de pessoas que nos ajudaram, militantes nos mais diferentes bairros e eles se somaram em um grande esforço”, disse o prefeito.
Segundo Zenaldo, sua aliança para o segundo turno foi “com o povo”. “Foi um esforço da população, para a gente dar essa grande vitória para Belém, sobretudo levando em conta que fizeram uma aliança enorme do outro lado, com ex-candidatos, com partidos fortes, com senador de outro partido, e mesmo todas essas alianças não deram conta, porque a aliança foi com o povo. Estou muito feliz, entusiasmado e agradeço a Deus a chance de governar Belém por mais quatro anos”, afirmou.

“Democracia é isso. Eleição é isso. Uma parte que vota contra e outra que vota a favor. Mas nós tivemos a maioria dos eleitores e agora vamos governar para todos os eleitores de Belém. O grande mistério da democracia é a disputa no processo eleitoral, e no dia seguinte é o esforço do governo para atender a todas as demandas da sociedade fazendo o esforço necessário diante da crise avassaladora, diante de profundas dificuldades, mas com grande empenho, determinação, honestidade no uso do dinheiro público”, concluiu.

Derrotado nas urnas, o candidato do Psol lembrou sua trajetória política, e disse que seu adversário está sendo investigado pela Justiça Eleitoral. “Eu já disputei com o Zenaldo, ganhei em 2000 no segundo turno quando ele apoiou o Duciomar, e perdi em 2012. E mesmo reconhecendo que houve a estrutura endêmica sistêmica da corrupção eleitoral que estava presente, não houve alguma ação para dizer ‘tá aqui a prova do crime’. Hoje não podemos dizer isso. Tem várias ações e nem todas são iniciativas políticas”, disse Edmilson.

Segundo Edmilson, as denúncias de corrupção devem ser investigadas. “Nossa luta é para firmar o futuro possível, uma sociedade justa, democrática e feliz. Coibir a corrupção eleitoral é permitir que a vontade popular prevaleça”, concluiu o candidato. “A candidatura do prefeito atual está sob júdice. A insegurança é total. Se a justiça não decidir logo ele não pode ser diplomado, nem empossado”, questionou o Psolista. “Belém vai enfrentar uma situação caótica do ponto de vista institucional”, afirmou. “Contra a corrupção, nós não reconhecemos agora este resultado eleitoral”, disse.

Perfil do prefeito
Zenaldo Rodrigues Coutinho Junior é o atual prefeito de Belém (2013-2016). Nascido na capital do Pará é formado bacharel em Direito pela Universidade Federal do Pará, começou a vida pública aos 21 anos, quando foi eleito vereador, em 1982. Foi duas vezes deputado estadual e cumpriu quatro mandatos seguidos como deputado federal antes de vencer as eleições municipais de 2012 no segundo turno, quando também disputou com Edmilson Rodrigues.

Campanha
A campanha de Zenaldo foi marcada por uma decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA) que determinou a cassação de sua candidatura no dia 19 de outubro. A justiça eleitoral entendeu que ele se beneficiou de conduta ilícita, configurando abuso de autoridade e uso do dinheiro público para alavancar a candidatura.

Dois dias depois, porém, o juiz Antônio Cláudio Von Lohrmann Cruz, que havia determinado a cassação do registro de Zenaldo e seu vice, esclareceu que o candidato do PSDB permaneceria na disputa por já ter entrado com recurso contra a sentença. O recurso ainda deverá ser julgado, mas os votos dados ao candidato no dia da eleição foram validados normalmente pelo sistema de apuração.

Segundo o presidente do TRE-PA, o desembargador Raimundo Holanda, o processo continua tramitando. “Já está na segunda instância. Já há relator sorteado para analisar o processo e dizer quem vai ter razão. Não há data fixada, mas esperamos que saia antes da diplomação em 16 de dezembro”, disse.


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