Política Nacional

Temer diz que ‘talvez’ seja hora de examinar hipótese de voto facultativo

Para ele, é preciso uma reforma, pois há ‘mal-estar’ com a classe política.


O presidente da República, Michel Temer, afirmou que o “mal-estar” da população com a classe política pode explicar o alto número de abstenções, votos brancos e nulos na eleição municipal deste ano.

Temer afirmou que é preciso que o Congresso Nacional faça uma reforma política e que, “talvez fosse o caso de começar a examinar a hipótese do voto facultativo”.

No último domingo (30), data em que foi realizado o segundo turno das eleições em 57 cidades brasileiras, o número de eleitores que não compareceram às urnas, somado aos votos brancos e nulos, foi de aproximadamente 10,7 milhões de pessoas. Este número representou 32,5% dos 32,9 milhões de eleitores aptos a votar na data.

“Talvez seja preciso fazer mesmo uma reforma política, e na reforma vai entrar em pauta o chamado voto obrigatório, e o voto facultativo. Talvez fosse o caso de começar a examinar a hipótese do voto facultativo. Quer votar, vota. Não quer, não vota. […] Evidentemente que isso precisa vir acompanhado de uma pregação da cidadania”, afirmou.

“Eu acho que há naturalmente um mal-estar com a classe política, e o mal-estar com a classe gera as mais variadas críticas. E, às vezes, a crítica vem pelo silêncio. […] Isso nos leva a uma reformulação da política no país e à compreensão da classe política de que algo está errado”, continuou.

Outro ponto levantado por Temer na entrevista foi sobre a possibilidade de mudar o sistema de governo no país. Atualmente, o sistema vigente no Brasil é o presidencialismo de coalizão. O presidente, por sua vez, se disse favorável à implementação do parlamentarismo.

Nesse caso, a figura do presidente continuaria existindo, mas exclusivamente para a função de chefe de Estado, de caráter mais formal e com menos poder nas decisões políticas.
“Eu acho que é possível [discutir o parlamentarismo]. Há muitos agentes políticos que são parlamentaristas. É possível discutir numa reforma política. […] O impedimento [da ex-presidente Dilma Rousseff] foi traumático. No parlamentarismo não. Se acontecer um desastre no governo, você muda o governo.

Eleição na Câmara
Durante a entrevista, o presidente também foi questionado sobre a disputa para a presidência da Câmara. A eleição, que só ocorre em fevereiro de 2017, já movimenta os bastidores da Casa.
Ele, porém, evitou responder se é favorável à uma eventual reeleição do atual presidente, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ou se tem um candidato preferido para ocupar o posto.


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