Delegado esclarece morte de jovem em cela de delegacia
As informações sobre o caso não foram divulgadas de forma esclarecida. Para os internautas que tiveram acesso a matérias de jornais locais, o jovem teria morrido durante o plantão do delegado Charles Corrêa
A morte do jovem Erick Wilame Góes, de 19 anos, no interior de uma das celas da Delegacia de Polícia Civil (PC) de Oiapoque, município distante 590 quilômetros da capital, Macapá, acabou gerando uma série de ofensas nas redes sociais [Facebook] – por desinformação – ao delegado Charles Corrêa, que preside o inquérito sobre o assassinato da vítima.
As informações sobre o caso não foram divulgadas de forma esclarecida. Para os internautas que tiveram acesso a matérias de jornais locais, o jovem teria morrido durante o plantão do delegado Charles Corrêa, quando na verdade não foi isso o que ocorreu.
Erick e o irmão dele foram atacados na madrugada do dia 4 de outubro passado por um grupo liderado por Alexandro Davi Ferreira, de 20 anos, que acionou a polícia após a agressão, afirmando que os irmãos haviam cometido um assalto, e que por isso acabaram espancados. Os familiares de Alexandro também induziram os policiais militares ao erro naquele momento.
Erick foi agredido com pauladas e pedradas na cabeça, e deu entrada no hospital desacordado. Mesmo com sangramento pelo nariz e ouvidos, o jovem acabou sendo liberado pelo médico e encaminhado à delegacia onde havia um outro delegado plantonista naquele dia.
O irmão, que também foi preso, teria chamado a atenção dos policiais para o sangramento constante, mas não teria sido ouvido. Erick morreu nos braços do fraterno. A família não aceitava a versão para o crime, e muito menos a omissão no atendimento.
“No dia 21 de outubro eu retornei do meu período de folga e assumi o caso. Durante o levantamento de informações constatei que não houve roubo algum, e que os policiais haviam sido induzidos ao erro. O material supostamente apreendido naquela madrugada na verdade era da própria vítima, conforme comprovado em notas fiscais apresentadas pelo pai do rapaz assassinado. O Erick e o Alexandro [suspeito] tinham uma animosidade antiga, e foi isso na verdade o que motivou o crime. Naquela madrugada os irmãos estavam em desvantagem numérica quando foram atacados pelo grupo comandado pelo Alexandro. Ele [suspeito] inventou a história do roubo para tentar encobrir o real motivo do crime”, esclareceu Charles Corrêa.
Após várias oitivas e colhimento de provas o delegado representou pelo pedido de prisão preventiva de Alexandro. O pedido foi deferido pelo juiz da Comarca de Oiapoque e cumprido na manhã do dia 26 de outubro, quando o verdadeiro criminoso foi preso em casa. Ele esta à disposição da Justiça.
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