Justiça, desgaste e pânico
Graças à essa ação moralizadora desenvolvida pelo Ministério Público e Polícia Federal, tendo à frente o juiz federal Sérgio Moro
Ruy Guarany – Jornalista
Articulista
Em artigo publicado no fim de setembro, eu concluía dizendo que a Lava Jato prometia grandes emoções para o fim de 2016 e início de 2017. Ao fazer tal prognóstico, levei em consideração as investigações em andamento para desvendar os rumorosos casos de corrupção que tiveram início na Petrobras e, no decorrer de dois anos de atividades da força tarefa, passaram a atingir outros setores da atividade pública.
Graças à essa ação moralizadora desenvolvida pelo Ministério Público e Polícia Federal, tendo à frente o juiz federal Sérgio Moro, o povo brasileiro passou a tomar ciência do descalabro cometido pelo governo de coalizão liderado pelo Partido dos Trabalhadores. Nesse contexto, a imprensa sempre procurou cumprir com a missão de divulgar, em todos os detalhes, tudo o que ocorreu e vem ocorrendo nas ações da Lava Jato com a finalidade de localizar os focos de corrupção, prender os corruptos e corruptores que enriqueceram à custa do dinheiro público e espoliaram o povo brasileiro.
A prisão de dois ex governadores do Rio de Janeiro, ocorrida na semana passada, veio apenas confirmar as previsões resultantes de uma cuidadosa análise sobre a delicada e mal conduzida política brasileira. No tocante a Anthony Garotinho (PR/RJ), supostamente envolvido na captação ilícita de sufrágios, não causou tanta repercussão, mesmo diante da reação esboçada pelo político durante a chegada ao presídio de Bangu.
O mesmo não aconteceu em relação a Sérgio Cabral (PMDB/RJ), preso por suposto envolvimento em esquemas de corrupção com recebimento de propinas, mesmo após haver deixado o governo do Rio de Janeiro. Além de amplamente citado na imprensa, sua chegada ao presídio foi festejada com vinho espumante e fogos de artifício.
Verifica-se, pois, que a última semana terminou repleta de emoções, mostrando que a Lava Jato está mais forte do que nunca. Quem não está nada satisfeito com o sucesso alcançado pela força tarefa no combate à corrupção é o ex presidente Luís Inácio Lula da Silva, que ignorando a sua condição de réu de justiça solicitou ao STF a prisão do juiz Sérgio Moro. Cá p’ra nós, isso seria o mesmo que acreditar que o poste pudesse fazer xixi no cachorro…
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