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Testamos a Nokia Ozo, supercâmera 360 graus custa mais de R$ 150 mi

A Ozo parece um olho humano, mas com uma espécie de rabicho, que dá a ela realmente um ar de extraterrestre. São oito sensores esféricos de resolução 2K x 2K para captar a imagem


A Nokia se recusa a morrer. E a principal aposta da companhia finlandesa, que um dia foi gigante no mundo dos smartphones, é Ozo, uma câmera 360 graus com jeito de nave alienígena. Com preço na casa dos US$ 45 mil (cerca de R$ 150 mil), o aparelho é destinado ao mercado profissional foi exibido durante o Slush, feira de inovação e tecnologia realizada em Helsinque, na Finlândia.

Para começo de conversa, não dá para comparar a Nokia Ozo com as câmeras 360 graus disponíveis no mercado para usuário final. Ricoh Theta, Samsung Gear 360, LG 360 , Nikon KeyMission 360 e Kodak PixPro, todas são muito mais simples que o modelo finlandês. Na verdade, a Ozo poderia ter apenas uma rival: a GoPro Omni. Poderia, aí não estamos falando de uma câmera, mas de uma gambiarra para seis GoPros.

A Ozo parece um olho humano, mas com uma espécie de rabicho, que dá a ela realmente um ar de extraterrestre. São oito sensores esféricos de resolução 2K x 2K para captar a imagem, abertura f/2.4 e ISO 400, além de oito microfones “espaciais”, com áudio 360 x 360. Tudo conectado a um programa, rodando num Mac Pro.

A câmera pesa 4.2 kg, por isso é preciso um tripé especial, convenientemente adaptado com rodinhas. Para armazenar os dados, há uma entrada para um cartão digital de 500GB que já vem com a bateria e salva até 45 minutos.

Depois de capturar as imagens, é preciso usar um sistema de VR (em inglês, virtual reality). No meu caso, Oculus Rift, mas poderia ser o HTC Vive, por exemplo. Como o Ozo foi pensado para ser uma plataforma de entretenimento, transmissões ao vivo estão na sua razão de ser.

No início do teste, um susto: quase não há lag entre o que a câmera capta, na outra sala, e o que você vê, nos óculos. Também não há engasgos ou uma incômoda sensação de “tem algo errado com essa perspectiva”, comum nos vídeos gerados pelas câmeras menores. Está tudo impressionantemente lá. O conteúdo ao vivo dá realmente a impressão de que você está lá. E só isso já seria motivo pra justificar a compra da Oculus, fabricante do Rift, pelo Facebook, em 2014, por US$ 2 bilhões. Mark Zuckerberg já entendeu o potencial da realidade virtual.

Depois da transmissão ao vivo, o segundo vídeo demo é uma série. Nela, você encarna um personagem que acabou de acordar do coma. Novamente, a qualidade, a definição e a imersão enganam seu cérebro: quando a cadeira de rodas anda, é difícil não ficar desorientado.

Durante alguns minutos, você pode mergulhar numa outra realidade, em condições incrivelmente reais. Até mesmo o som varia, num grau de detalhes assustador, de acordo com seu movimento.

É preciso muito pouco tempo para perceber que a Nokia elevou a realidade virtual a um outro nível. A Ozo é para profissionais, mas não deve demorar muito para estar no mercado de entretenimento. E pode acabar sendo uma nova chance para a companhia finlandesa.


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