Polícia

Agricultor acusa PMs de ameaças em terreno

Itamir Alves acusa quatro policiais militares de invasão de domicílio, formação de quadrilha, roubo, tentativa de sequestro e ameaça de morte



(Foto - Samuel Silva)

O agricultor Itamir Alves Lordeiro, 57 anos, está acusando quatro policiais militares de terem invadido seu terreno, localizado no km 14 da BR-156, e de ameaçar e torturar psicologicamente ele e mais quatro pessoas que estavam no local na tarde da última terça-feira, 17.

Mineiro radicado há 20 anos no Amapá, Itamir disse que passou a ocupar a área depois de verificar que ela estava improdutiva, e que não havia registro junto aos órgãos ambientais e de licenciamento rural. Ele construía uma casa e uma horta que foram destruídas pelos supostos policiais.

“Eles [policiais] chegaram armados com pistolas, dizendo que era pra eu desocupar o lugar naquele mesmo instante. A alegação é de que a terra seria de um deles, o que não é verdade. Eu e as outras pessoas fomos ameaçados, inclusive de morte”, contou o agricultor na manhã dessa quinta-feira, 19, ao programa Luiz Melo Entrevista (Diário 90,9 FM).

Itamir contou, ainda, que foi obrigado a entrar no próprio carro e que eles iriam para um ramal. “Não sei qual era a intenção deles, mas ao chegar no asfalto segui em direção ao posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Um desses policiais, que foi junto comigo, apontou a arma dizendo para eu retornar, mas disse que ele podia atirar se quisesse. Acelerei e só parei no posto onde pedi ajuda. Um dos agentes da PRF identificou os policiais, mas não os conduziu à delegacia. Com isso, os policiais voltaram ao terreno e quebraram tudo. Até a madeira que eu havia comprado, desapareceu”, revelou.

O homem foi até ao Centro Integrado em Operações de Segurança Pública (Ciosp), Pacoval, onde registrou a ocorrência contra os supostos militares.

Consultado sobre a denúncia, o comandante geral da Polícia Militar do Amapá, coronel Carlos Correa, afirmou que tão logo a ocorrência seja registrada na Corregedoria da PM, como disse o agricultor, será verificada a suposta conduta dos policiais denunciados.

“Não compactuamos com nenhum tipo de crime, principalmente se cometido por policiais da nossa corporação. Tão logo recebamos essa denúncia, serão feitos os procedimentos para apurar a veracidade dos fatos narrados pela vítima. Se ficar entendido que houve uma ação criminosa, todas as medidas apurativas serão instauradas pela Corregedoria”, assegurou o comandante geral, também no rádio.


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