Esportes

No dicionário de Silvana Lima, palavra “desistir” perde para luta e esperança

Surfista cearense volta à elite, relembra passado em que precisou vender carro, apartamento e cachorros e sonha com o título mundial


Esperança, para Silvana Lima, combina com luta e trabalho. Não à toa. A cearense entende bem o que é abdicar de bens materiais e de conforto por um sonho. Se o plano era voltar à elite do surfe, a experiente atleta vendeu carro, apartamento e até cachorros em busca do objetivo. Em 2016, desbancou a australiana Philippa Anderson e conquistou o título da etapa do QS 6000 em Sydney, na Austrália, com 18.750 pontos na última de 34 etapas (contam os cinco melhores resultados), fechando a temporada de 2016 na liderança da Divisão de Acesso. É que no dicionário de Silvana Lima, segunda entrevistada da série sobre esperança, do GloboEsporte.com/ce, a palavra “desistir” não tem espaço algum.
– Esperança é como se fosse um objetivo, esperando de que você vai conseguir aquilo que você tanto deseja. É nunca desistir, não ter como desistir, resume a cearense de Paracuru.
Silvana é duas vezes vice-campeã mundial, em 2008 e 2009, e tem no currículo muito mais do que troféus, porque levantou discussões no esporte em que está. Sem conseguir patrocínios, alertou para o preconceito existente contra as surfista que não têm o estereótipo de modelo. Era, justamente, uma luta travada pela resistência. E, pelo caminho, Silvana foi recebendo ajuda, uma delas da apresentadora Fernanda Lima, fã de surfe, praticante de bodyboard. Das intempéries, Silvana traçou um caminho único e hoje pode sorrir.
– Eu acho que a vida é muito difícil, no esporte, no trabalho. Vai chegar a dificuldade. Mas atrás da batalha, tem grande vitória. Fiquei sem patrocínio, fiz três cirurgias no joelho, isso me parou um pouco, mas me deu força de vontade. Depois, resolvi viajar, mostrar o melhor de mim. Acredito que, mesmo sem patrocínio das últimas vezes que eu tentei, não me fez desistir. Graças a Deus que eu tinha como ir. Tive que vender as crias dos buldogues franceses de meu canil, foi o que me ajudou a competir, em 2014 – relembra.


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