Política Nacional

Operação Lava Jato manterá a imprevisibilidade na política em 2017

Pela magnitude dos números em valores e de políticos citados, essa delação coletiva abrirá novas frentes de investigação


Como aconteceu em 2016, a imprevisibilidade voltará a ser a principal marca da política em 2017 com o avanço da Operação Lava Jato. O clima de apreensão em Brasília aumentou no final deste ano com a assinatura do acordo de delação premiada dos executivos da empreiteira Odebrecht.
Pela magnitude dos números em valores e de políticos citados, essa delação coletiva abrirá novas frentes de investigação da Lava Jato. Como já havia um temor entre políticos, essa investigação ainda está muito longe do fim. E vai incluir lideranças de praticamente todos os principais partidos.
Diante disso, o presidente Michel Temer passou a reforçar o seu discurso em defesa das reformas para tentar conseguir ter uma agenda política paralela, que possa dividir o noticiário com a Lava Jato. É com essa agenda congressual que ele tentará se blindar desse ambiente de incertezas para atravessar o ano de 2017.
Ao mesmo tempo, o Palácio do Planalto colocou em pauta a estratégia de separar as contas de campanha de Dilma Rousseff das de Michel Temer na eleição presidencial de 2014. A avaliação no governo é de que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) está priorizando esse tema e que, em 2017, o ministro Herman Benjamin apresentará um voto pela condenação da chapa.
A tese da separação das contas é vista como a linha mais segura para evitar que Temer também seja atingido pela ação de cassação.
Há o reconhecimento de que já há muitas irregularidades comprovadas nos gastos da campanha petista de 2014. Por isso, integrantes do governo já ensaiam um discurso político de que a cassação de Temer criaria uma instabilidade muito maior no país, com a incerteza de uma eleição indireta. É um discurso para tentar sensibilizar os ministros de tribunais superiores (do TSE e do STF).


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