Em 2017, Lava Jato será maior caso de cooperação internacional do Brasil
A Lava Jato já o superou em importância o caso Banestado: a primeira repatriou R$ 500 milhões, enquando o outro, R$ 3,6 mi
A se manter a média de 60 pedidos ao exterior nos últimos dois anos, a Lava Jato vai se tornar o maior caso de cooperação internacional do Brasil em 2017. Ao menos em números absolutos, o posto atualmente é ocupado pelo caso Banestado, que apura a evasão de bilhões de reais do Banco do Estado do Paraná na década de 1990.
Enquanto a Lava Jato fez 123 pedidos a 34 países em dois anos e nove meses, o Banestado tem 180 – mas em um período de 13 anos, já que iniciou seus trabalhos em 2003.
Mesmo que em quantidade de pedidos o Banestado seja maior, alguns aspectos mostram que a Lava Jato já o superou em importância há algum tempo: a primeira repatriou R$ 3,6 milhões, e a segunda, R$ 500 milhões.
Essa diferença se deve ao número de colaboradores, que cooperaram no rastreio e bloqueio de valores, concordando com a recuperação dos montantes de forma imediata.
A operação que investiga o bilionário esquema de desvio e lavagem de dinheiro na Petrobras não só fez pedidos de cooperação, mas recebeu de 16 nações diferentes. O dado mostra que existe mais de uma dezena de apurações em andamento no exterior que buscam provas no Brasil.
Esses números, contudo, são de antes da delação da Odebrecht. Com a ampla divulgação feita pelos EUA e a Suíça na semana passada, esses pedidos devem aumentar.
O outro aspecto que mostra a importância da operação Lava Jato é o espalhamento por quatro continentes enquanto o Banestado está mais voltado para o Caribe e, sobretudo, para os Estados Unidos. Os pedidos da Lava Jato ao exterior também revelam a amplitude da operação: são para obtenção de provas, bloqueio e recuperação de ativos, além de dois pedidos de extradição, um à Espanha e outro para Portugal. No caso Banestado, há muitas citações ou intimações de estrangeiros.
“Mesmo sem o caso Odebrecht, diria que é quase certo que irá ultrapassar em grandeza numérica porque estamos com uma média de 60 pedidos por ano. Mas, pela própria distribuição e do tipo de pedidos, o impacto transnacional da Lava Jato já é muito maior”, afirmou o procurador Vladimir Aras, chefe da Secretaria de Cooperação Jurídica Internacional da Procuradoria Geral da República (PGR).
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