Tempo integral
Historicamente, no Brasil, a escola em tempo integral ganhou relevo na gestão do governador Leonel Brizola, ancorado na genialidade dos projetos arquitetônicos de Oscar Niemeyer e do sociológico Darcy Ribeiro, na concepção pedagógica
Ulysses Laurindo – Jornalista
Articulista
Na quase totalidade das pessoas que conhecem o assunto há unanimidade quanto ao acerto da política de valorização do ensino, através do tempo integral, nas escolas públicas, como acena o governo estadual, como sua meta, a partir do ano letivo de 2017, como a forma de combater o atraso do modelo vigente. Ninguém, seja educador ou não, e mesmo gente do povo, pais aderem à ideia como forma mais salutar na vida inicial do alunado. As divergências surgem não quanto à forma, mas não quanto ao desenvolvimento completo do sistema , como apoio a uma ideia aplicada com sucesso, e até dever cívico, nos países do Primeiro Mundo.
Historicamente, no Brasil, a escola em tempo integral ganhou relevo na gestão do governador Leonel Brizola, ancorado na genialidade dos projetos arquitetônicos de Oscar Niemeyer e do sociológico Darcy Ribeiro, na concepção pedagógica, em obra espalhada por todo o estado do Rio de Janeiro, sendo construídos 502 centros integrados de educação pública (Cieps), que obteve sucesso até quando contrariou as forças inimigas da educação, manobras ajudadas pelos políticos adversários da boa educação, com combate à ideia, até torná-la pó.
Os votos contra o sistema integral de ensino, aqui no Amapá, acredita-se, referem-se às precárias condições dos estabelecimentos de ensino para permitir o fiel desenvolvimento do programa. Diferente das condições do Rio, o Amapá precisa adequar toda estrutura para atender a demanda. Por exemplo, no modelo brizolista, os prédios das escolas eram edifícos de dois a três andares com base higiênica, com banheiros completos, ginásios poliesportivos, auditório, sala de leitura, biblioteca e cozinha para funcionar em tempo integral para atender as centenas de alunos que entravam às 8h e só saíam às 17h, com quatro refeições feitas.
Felizmente, para o Amapá, quando o projeto for instalado, o estado por certo não terá oposição por parte de adversários que derrubam tudo o que não lhes diz respeito. O que deve acontecer, e isso é essencial, deva-se cuidar da infraestrutura, permitindo aos alunos, ao fim do dia, estejam física e materialmente contemplados com os benefícios, no seu todo, principalmente na parte médica e dentária.
A repercussão do sistema integral no Brasil não chegou a causar impacto nos países do Primeiro Mundo, pois lá não haveria novidade, uma vez que esse é o currículo normal de atendimento à juventude, caminho pelo qual eles se diferenciam do Terceiro Mundo..
Olhado pelo lado racional não há o que se condenar no projeto de tempo integral, sendo esse o modelo que tem tudo para garantir à juventude, principalmente aquela mais carente não só o benefício educacional, como, e sobretudo,o alimentar. Tomara que a força tarefa empenhada em concretizar o sistema não padeça, como aconteceu no Rio de Janeiro, onde tudo concorreu para o insucesso, pois o interesse maior era exatamente permanecer no atraso, e o país com toda a sua excelência permanecer na obscuridade, quando tem tudo para brilhar.
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