Brasil defende retomada do diálogo na Venezuela, diz Itamaraty
Reiterou ‘grande preocupação’ com situação política no país
O Ministério das Relações Exteriores divulgou nota na qual informou que o Brasil defende a retomada do diálogo na Venezuela, em meio à prisão do prefeito de Caracas, Antônio Ledezma. Na semana passada, o Itamaraty já havia se pronunciado sobre o assunto e afirmado que o país acompanhava a situação com “grande preocupação”.
Ledezma foi preso acusado pelo governo de Nicolás Maduro de tentativa de golpe de Estado e de agir em parceria com os Estados Unidos. Ao longo desta terça-feira, no Senado brasileiro, parlamentares da oposição discursaram em plenário sobre a situação política no vizinho sul-americano, e cobraram um posicionamento do governo do Brasil.
“O governo brasileiro considera imperiosa a pronta retomada do diálogo político auspiciado pela Unasul [União de Nações Sul-Americanas] por meio da Comissão de Chanceleres, que tem contado com o decidido apoio da Santa Sé. Nesse sentido, reitera sua disposição de contribuir de forma ativa com o governo venezuelano e com todos os setores envolvidos na Venezuela para a retomada desse diálogo”, informou o Itamaraty.
De acordo com o ministério, o Brasil incentiva os “atores políticos venezuelanos”, assim como as forças sociais que os apoiam, a não participarem de atos que possam criar dificuldades para o diálogo no país.
Na nota, o Itamaraty informou que a objetivo é ajudar a Venezuela a desenvolver as condições para a retomada do desenvolvimento econômico e social “em um clima de paz e concórdia.”
Aécio diz que Brasil é ‘conivente’
Em discurso no plenário do Senado, o presidente nacional do PSDB, Aécio Neves (MG), disse nesta terça-feira que o Brasil tem posição ‘conivente’ e ‘silenciosa’ com o que está acontecendo no pais vizinho. Aécio afirmou que o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, “cria falsas tramas e golpes contra seu governo, tenta calar a oposição, cerceá-la e criminalizá-la, em escalada rumo a uma ditadura, cada vez mais sem disfarces”.
“A posição conivente e silenciosa do Brasil com tudo isso é inaceitável e, a meu ver, vergonhosa. A presidente Dilma não pode esconder-se sob o princípio de não interferência nos assuntos internos de outro país, para deixar de agir em caso de tamanha gravidade. Essa foi a desculpa dada até aqui à imprensa”, declarou Aécio.
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