Janete Capiberibe acusa Roberto Góes de tentar agredi-la no pl
Deputada entra com representação no conselho de ética
A deputada Janete Capiberibe (PSB-AP) e o deputado Roberto Góes (PDT-AP) tiveram um embate acalorado no plenário da Câmara dos Deputados nessa quinta-feira, 26. A discussão precisou da interferência de outro colega, que se colocou entre os dois, para acalmar os ânimos. Janete acusa Góes de tentativa de agressão, mas o parlamentar nega.
“Fui tomada de surpresa pela reação dele. Ele veio com o dedo em riste, me ameaçando, dizendo que ia trazer prova de corrupção do meu partido no governo. Se não tivesse a interferência de outra pessoa, é possível que houvesse uma agressão física”, afirmou a parlamentar, que pretende ingressar com uma representação no Conselho de Ética contra Góes por quebra de decoro. “Considero que houve uma tentativa de agressão. Ele veio para cima de mim”, completou.
Góes afirmou que não tinha intenção de agredi-la e que se exaltou porque a deputada teria dito mentiras. A polêmica começou quando, da tribuna, a deputada fez dois breves discursos com duras críticas ao atual governador, Waldez Goés (PDT), que é primo de Roberto Góes. Janete é mãe de Camilo Capiberibe (PSB), que governou o Amapá de 2010 a 2014 e perdeu a reeleição para Waldez, que já havia comandado o estado de 2003 a 2010.
Em sua fala, a deputada acusou Waldez de fazer gastos abusivos ao aumentar o seu salário e o de seus secretários, além de autorizar uma reforma na residência oficial, ao mesmo tempo em que decreta emergência na área da saúde.
Enquanto ela discursava, Roberto Góes usou um dos microfones do plenário destinados para apartes e, em tom exaltado, disse que as acusações se tratavam de mentiras. Quando ela desceu da tribuna, ele foi em direção à deputada com a intenção, segundo testemunhas, de intimidá-la. O deputado João Fernando Coutinho (PSB-PE) contou que estava próximo da deputada e interveio, colocando-se entre os dois, e pediu calma a Góes. “Ele foi com o dedo em riste tentando intimidá-la e acuá-la. Entrei no meio e pedi que ele se acalmasse, se afastasse, que buscasse outra medida, que subisse à tribuna e rebatesse o discurso”, relatou Coutinho.
Para Roberto Góes, tudo não passou de uma discussão acalorada, típica do Parlamento. “Ela dizia mentiras. Foi o filho dela que deixou o estado quebrado. Não houve agressão, não houve falta de respeito. O que houve foi uma discussão acalorada, que acontece todos os dias na Câmara”, afirmou. O parlamentar acrescentou ainda que Janete está no direito dela de representar contra ele no Conselho de Ética, mas que ele está com a “consciência tranquila” sobre o ocorrido. “Esse calor acontece todos os dias”, explicou.
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