Polícia

PC intensifica operações contra ‘coiotes’ na fronteira de Oiapoque

Polícia Civil está intensificando o combate ao transporte ilegal de pessoas, drogas e armas na fronteira entre Oiapoque e Guiana Francesa


O delegado Charles Corrêa, da Polícia Civil de Oiapoque, município distante 590 quilômetros da capital, Macapá, voltou a reforçar as operações contra os ‘coiotes’ na fronteira entre o município amapaense e a Guiana Francesa, que é destino dos imigrantes ilegais. Em sua maioria os coiotes que atuam no rio Oiapoque transportam brasileiros e haitianos na região.

“No dia 29 de janeiro passado uma embarcação dessas, que havia saído de Oiapoque, afundou no oceano Atlântico – que é a rota dos coiotes para a Guiana – com sete pessoas, e uma delas está desaparecida. O caso será apurado pela polícia francesa, já que ocorreu em águas internacionais, mas o que chama a atenção é o fato de que isso vem ocorrendo sempre. As pessoas colocam suas vidas em perigo nessa viagem que é incerta. Outro fator importante de destacar é que quando esses coiotes, que são criminosos, trazem suas embarcações carregadas de drogas. São crimes praticados em mão dupla”, destaca.

O homem que desapareceu no oceano foi identificado pela Polícia Civil de Oiapoque como Leonidas Leite Silva, de 46 anos, natural do estado do Maranhão. 

Um dia antes do naufrágio, o delegado se embrenhou na mata próximo a um dos pontos de embarque para prender um dos coiotes considerados ‘famosos’ na região. Foram horas de campana no local, até que a embarcação carregada com brasileiros e haitianos foi abordada.

“O nosso alvo não estava na embarcação, pelo fato de que houve um problema em outro transporte que ele comanda e o coiote precisou voltar, mas logo, logo nós o prenderemos. É uma ação difícil pela extensa fronteira, mas vamos continuar combatendo essa prática criminosa”, complementou o delegado.

Os coiotes cobram ‘por cabeça’, como eles chamam, cerca de R$ 300 pela travessia até Caiena, e R$ 500 até Suriname. “Eles [coiotes] ganham na ida e vinda. Levam daqui passageiros e retornam com drogas. É um negócio altamente lucrativo, mas iremos manter vigilância constante”, concluiu. A viagem dura em média entre 8  e 12 horas.

 

Reportagem: Elden Carlos

Fotos: PC/Oiapoque


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