Polícia

Acusado de desviar R$ 2,4 milhões em precatórios, ‘Barão’ tem prisão revogada

Empresário, que foi preso na tarde de quinta-feira, 2, ficou preso menos de 24 horas no Iapen. A defesa conseguiu a revogação da prisão junto à 3ª Vara Criminal de Macapá


Elden Carlos – Editor de Polícia

O Juízo da 3ª Vara Criminal de Macapá acatou, nessa sexta-feira, 3, pedido de revogação da prisão do empresário Frederico Greindinger Modesto, de 39 anos, o ‘Barão’, como ele se autointitula no perfil de uma rede social, que foi preso na última quinta-feira, 2, no bairro Beirol, em Macapá, durante uma ação da Delegacia Especializada em Crimes Contra o Patrimônio (DECCP).
Frederico é investigado pela Polícia Civil por suposto envolvimento em um esquema milionário no recebimento de precatórios judiciais de contas inativas. Segundo o advogado de defesa do empresário, Auriney Brito, a prisão do empresário foi por outro motivo, mas a defesa, segundo Brito, tem ciência da investigação em curso, e esclareceu que seu cliente está colaborando com a polícia através de depoimentos.
“Meu cliente está à disposição da Justiça. Ele [Barão] fez um negócio que pensava ser lícito, mas acabou acarretando tudo isso. Quanto ao padrão de vida do meu cliente, que foi citado pela polícia, o empresário tem uma atividade de mais de 15 anos no segmento de empréstimos, e isso lhe garante ter um padrão de vida elevado. Não vejo crime nisso. Tudo será devidamente esclarecido”, declarou o advogado, à imprensa.

O caso
Frederico Greindinger ‘Barão’ foi preso na tarde desta quinta-feira, 2, no bairro Beirol, zona sul de Macapá, durante ação da Delegacia Especializada em Crimes Contra o Patrimônio (DECCP), que investiga um esquema criminoso que desviou mais de R$ 2,4 milhões de precatórios judiciais de contas inativas no estado de São Paulo.
De acordo com o delegado Leonardo Brito, da DECCP, que comandou a prisão, havia um mandado de prisão contra Barão, expedido pela 3ª Vara Criminal de Macapá, pelo crime de lesão corporal grave.
“Na verdade já vínhamos investigando esse elemento há pelo menos um ano. Um gerente do Banco do Brasil, em Macapá, também é suspeito de envolvimento no esquema, além de outras pessoas que moram em estados como o Maranhão”, disse o delegado.
Segundo apontam as investigações, o gerente bancário, que não teve o nome revelado, era responsável por rastrear as contas inativas onde havia precatórios judiciais parados. Nesses casos os titulares das contas já haviam falecido. Feito isso, comparsas no estado do Maranhão conseguiam procurações nos cartórios em nome de Frederico. De posse desses documentos ele conseguia sacar o dinheiro das contas.
O esquema começou a ser descoberto em 2015, quando uma procuração de uma pessoa que havia falecido em 2003 foi emitida para o empresário.
“Eles acreditavam que essa movimentação não seria percebida, já que os beneficiários haviam falecido, mas foi ledo engano. Existiam saques de R$ 50 mil e R$ 100 mil que eram feitos de forma fracionada, exatamente para não chamar a atenção. Esses valores eram rateados entre a quadrilha. O gerente, além de fazer o mapeamento das contas, autorizava os saques. Ele [gerente] nega envolvimento, mas está evidente a participação no esquema”, observou.
A polícia ainda disse que Frederico Barão tinha um padrão de vida elevado, e que todas as suas transações, como a compra de carros de luxo e imóveis, eram feitas sempre com valores em espécie.
“Vamos fazer uma varredura nas contas e na vida dele para saber o que é fruto desse esquema. Certamente após esse minucioso trabalho investigativo a Justiça poderá requerer a devolução dos valores desviados. Se houver bens comprados com a lavagem de dinheiro, eles serão bloqueados e poderão ficar à disposição da Justiça para serem repostos às vítimas”, complementou.
Assim como Frederico Barão, todos os outros suspeitos devem ser investigados e poderão ter as prisões pedidas pela polícia.


Deixe seu comentário


Publicidade