Eliminação de entraves comerciais terá prioridade na visita de Macri a Temer
Presidente argentino chega para visita oficial. Mercosul e fronteiras também estão na pauta.
A eliminação de entraves comerciais entre os dois países terá prioridade durante a visita oficial ao Brasil do presidente da Argentina, Mauricio Macri.
Entre os pontos considerados “entraves” estão o tempo para emissão de licenças não automáticas de exportação de produtos brasileiros para a Argentina e as barreiras fitossanitárias impostas para a prevenção de contaminações biológicas e químicas.
Os presidentes deverão conversar ainda sobre o acordo automotivo, que prevê um livre comércio do setor entre os países a partir de 2020. O tratado foi assinado no ano passado, mas ainda deve passar por ajustes.
Macri chegará à base aérea de Brasília por volta das 10h, acompanhado de uma delegação de ministros. Às 11h, no Planalto, terá reunião “ampliada” com Temer – isso porque eles não devem conversar a portas fechadas, mas na presença dos respectivos ministros. Após o encontro, os dois fazem declarações à imprensa e, em seguida, almoçam no Palácio Itamaraty.
À tarde, estão programadas visitas de Macri aos presidentes do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia. Macri e comitiva voltam para Buenos Aires no fim da tarde.
A Argentina é um dos mais importantes parceiros comerciais do Brasil, atrás apenas dos Estados Unidos e da China. Em 2015, o país foi o terceiro maior destino das exportações brasileiras.
Segundo dados do Ministério das Relações Exteriores, entre 2003 e 2015, o comércio bilateral entre Brasil e Argentina passou de US$ 9,24 bilhões para US$ 23,09 bilhões, um crescimento de 150%. No mesmo período, o volume das exportações brasileiras para a Argentina passou de US$ 4,56 bilhões para US$ 12,8 bilhões, aumento de 181%.
As indústrias de maior relevância nas relações comerciais são automotiva, mineradora, siderúrgica, petrolífera, têxtil, calçadista e de máquinas agrícolas.
Ao ser efetivado na presidência no ano passado, Temer priorizou a Argentina na sua primeira viagem internacional na América do Sul, em outubro. Antes, tinha viajado justamente para Estados Unidos e China, os dois principais parceiros comerciais.
De acordo com assessores do Planalto e do Ministério das Relações Exteriores, ainda é preciso “descongelar” as relações, promover um diálogo permanente e derrubar barreiras que impedem resultados mais produtivos para os dois países.A integração regional e os rumos do Mercosul, bloco sul-americano integrado por Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela, também serão temas discutidos pelos presidentes.
Entraves comerciais
Um dos maiores “dramas” dos exportadores brasileiros, nas palavras de um assessor do Planalto, é a dificuldade na obtenção de licenças não automáticas para a entrada física de produtos brasileiros na Argentina.
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