Polícia

Clínica de reabilitação de dependentes químicos é alvo de operação em Macapá

Denúncias de supostos maus tratos e tortura levaram o Ministério Público do Amapá, em conjunto com a Polícia Civil, a deflagrar uma operação na sexta-feira (10), em Macapá


O Núcleo de Inteligência do Ministério Público do Amapá (NIMP), em parceria com a Polícia Civil do Estado, realizou na sexta-feira (10) uma operação para cumprimento de mandados de busca e apreensão em um centro de reabilitação para dependentes químicos, localizado no bairro Brasil Novo, zona oeste de Macapá. Os proprietários – dois irmãos – foram levados para a sede do Ministério Público do Amapá, na avenida Padre Júlio, para responder às denúncias de suposta tortura contra os internos, de acordo com a promotora Andrea Guedes, coordenadora do Núcleo.

Havia 42 internos, sendo seis adolescentes, e a investigação iniciou há seis meses, após inúmeras denúncias de prática de possíveis torturas no local.

Segundo o delegado Celso Pacheco, da Polícia Civil, que deu suporte a operação com a equipe Capturas, diversos instrumentos, supostamente de tortura, foram encontrados no local, como algemas, spray de pimenta, palmatória, além de seringas e medicamentos controlados vencidos.

“Nós nos reunimos com os internos e conversamos longe dos monitores e dos proprietários da clínica sobre os acontecimentos, e todos foram uníssonos em nos relatar as situações de violência emocional, física e psicológica que sofreram diante de qualquer dificuldade em cumprir o que é chamado por eles de regras do local. Diante disso, iremos seguir com as investigações e definir o futuro dos internos da melhor maneira possível”, explicou a promotora Andrea Guedes.

Internos e familiares, bem como os monitores da clínica, foram levados para prestar depoimento no Ministério Público. A Vigilância Sanitária de Macapá também acompanhou a ação para averiguar as condições de salubridade no local. O referido laudo e as informações colhidas ao longo das buscas subsidiarão o inquérito em andamento.

Sem alternativa para mudança de local, alguns internos permanecerão no Centro, mas sob os cuidados de outros monitores. O MP-AP fará o acompanhamento, junto às famílias, para evitar que as mesmas práticas voltem a ocorrer.


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