Operação da PF faz buscas e apreensões em investigação sobre Belo Monte
Entre os alvos estão um filho do senador Edison Lobão e o ex-senador pelo Pará Luiz Otávio
A Polícia Federal deflagrou a operação Leviatã, para cumprir mandados de busca e apreensão nas casas e escritórios de pessoas investigadas por propina na construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. A Leviatã se baseia em provas coletadas na Operação Lava Jato.
Entre os alvos da operação, segundo a Polícia Federal, estão o ex-senador pelo PMDB do Pará Luiz Otávio e o filho do senador Edison Lobão (PMDB-MA), Márcio Lobão. Os mandados da Leviatã foram expedidos pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF).
As buscas estão relacionadas a um inquérito que corre no STF para investigar pagamento, por parte das empresas do consórcio de Belo Monte, de 1% dos valores das obras da usina ao PT e ao PMDB.
A Leviatã focou a parte do esquema que repassava dinheiro para o PMDB porque a parte do PT, por não envolver pessoas com foro privilegiado, tramita na Justiça Federal do Paraná.
Atualmente, Márcio Lobão preside a Brasilcap, empresa do grupo Banco do Brasil que atua no mercado de capitalização. A empresa se manifestou sobre a Leviatã e disse que está “prestando as informações necessárias às investigações”. A Brasilcap ressaltou que não é investigada “e sim o nosso presidente. O assunto é do âmbito pessoal dele e está sendo tratado pelos advogados dele.”
Em nota divulgada no fim da manhã, o PMDB disse que “apoia todas as investigações e vê como positiva qualquer medida do STF que possa tornar célere a conclusão dos processos”.
Segundo a Polícia Federal, os investigados da Leviatã podem responder pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
A PF explicou ainda que a operação tem o nome de Leviatã em referência à obra do filósofo Thomas Hobbes, que afirmou que o homem era “o lobo do homem”.
O ex-ministro do STF e antigo relator da Lava Jato, Teori Zavascki, morto em janeiro, havia separado investigações sobre corrupção no setor elétrico, o chamado “eletrolão”, da operação original, que apura fraudes na Petrobras. O inquérito sobre Belo Monte já estava sob relatoria de Fachin antes mesmo de ele suceder Zavascki como relator da Lava Jato.
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