“Não sou linha dura, sou linha reta”, diz novo Procurador-Gera
Alvares promete uma gestão com pulso firme no combate aos crimes, mas com os olhos voltados para o social
O promotor de Justiça, Roberto da Silva Alvares, tomou posse como Procurador-Geral do Ministério Público do Amapá (MP-AP) para o biênio 2015-2017, nessa sexta-feira, durante cerimônia no Teatro das Bacabeiras. Pela manhã, durante o programa Luiz Melo Entrevista, na Diário 90,9FM, Alvares disse que o desafio de suceder a procuradora Ivana Cei é grande, mas que ele conhece as entranhas do projeto que ela elaborou, e que ele próprio, como braço direito de Ivana, ajudou na concretização.
“É superar o desafio do desafio. Hoje temos um Ministério Público atuante no combate aos mais diversos crimes, principalmente, aqueles que contra o erário. O combate à corrupção foi uma das bandeiras empunhadas pela procuradora Ivana, e vamos fortalecer essa tão importante ferramenta, mesmo que isso custe nossa própria vida”, disse.
Alvares afirmou que seguirá seus princípios, jamais se deixando intimidar por forças políticas ou do crime organizado, e que nunca se curvará ou deixará ser emparedado pelos interesses dos poderosos. “Enquanto promotor, meu cargo foi inegociável. Ao assumir o novo posto, ele também será inegociável”, resumiu.
Tido como um promotor linha dura, Alvares declarou que vai fazer uma gestão firme, mas não perseguidora. “Aquele que desvia a conduta, presumisse que tenha saído da linha. Aquele que não desvia anda em linha reta, então, ando em linha reta, claro, com algumas tortuosidades porque ninguém é 100% perfeito e somos passíveis de erro. Não sou ardoroso acusador, não uso meu cargo para promover a ‘vingança da justiça’, mas pura e simplesmente para fazer a justiça pela justiça”, disse
O procurador-geral disse que os investimentos feitos por sua antecessora nas áreas tecnológicas, de pessoal, estruturantes também serão ampliados. No entanto, durante a entrevista, Roberto Alvares revelou um lado muito humano. Ele enfatizou que pretende estreitar ainda mais os laços com a população, fortalecendo projetos como o MP Comunitário, e aperfeiçoando as promotorias.
“Quando trabalhei na Comarca de Oiapoque, adotei o hábito de colocar café, leite e bolachas na minha sala. Sabe, muitas pessoas que ali chegavam estavam claramente com fome. Sei que parece um gesto simples, e o é, mas eu via que depois de receberem aquele tratamento elas falavam de forma mais clara sobre seus problemas. Não fazia aquilo por caridade, mas por humanidade. E isso foi estendido para as outras Comarcas por onde passei”, revelou.
O procurador fez a declaração ao se lembrar da infância pobre, onde precisava pegar um pau de arara para sair da pequena colônia onde morava com os pais, e chegar à escola. “O prefeito poderia contratar um ônibus para levar os alunos, mas não o fazia. Se ele tivesse feito esse pequeno gesto, talvez muitos não tivessem desistido pelo meio do caminho. E é isso o que queremos, que o cidadão jamais desista de lutar por seus direitos no meio do caminho, que ele encontre no Ministério Público do Amapá um fiel defensor de seus interesses”, concluiu.
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