Política Nacional

João Santana diz que Marta Suplicy pediu emprego para o então marido em 2008

Segundo marqueteiro, o objetivo era regularizar a permanência no país do franco-argentino Luiz Favre. Salário pedido era de R$ 20 mil


O marqueteiro João Santana disse em depoimento à Procuradoria Geral da República (PGR) que a senadora Marta Suplicy (PMDB) pediu, em 2008, emprego para o então marido, o franco-argentino Luiz Favre. O salário solicitado era de R$ 20 mil.

O Supremo Tribunal Federal liberou na sexta, (12) os vídeos dos depoimentos de Santana e de sua mulher, a também marqueteira Mônica Moura. Na época, Marta estava no PT. Ela perdeu a eleição daquele ano para Gilberto Kassab (ex-DEM, atualmente no PSD).

Questionado se Favre prestou algum serviço, Santana disse: “Nenhum”. “Ele não ia [trabalhar] e a Marta inclusive, quando chamei atenção disso, ela disse: “Não se preocupe, porque o Favre, pelo currículo internacional dele, você pode dizer que ele dá consultoria para suas campanhas no exterior.”

Procurada pela produção do SP2, Marta disse que nunca teve conhecimento de negociações ilegais e que sua conduta sempre foi baseada nos princípios éticos. A produção não localizou Favre.

Caixa 2
Os depoimentos de Mônica e Santana foram tomados separadamente, mas coincidem em vários pontos, inclusive quando apontam o ex-ministro Antônio Palocci como o principal articulador do caixa dois para as campanhas à Prefeitura de Marta, em 2008, e também de Fernando Haddad, em 2012.

O casal, alvo da Lava Jato, disse que recebeu cerca de R$ 30 milhões de caixa dois para as duas campanha petistas.

Os encontros para acertar os valores eram sempre em endereços discretos: uma pequena loja de chás num dos shoppings mais nobres da capital e num flat em Pinheiros, na Zona Oeste. Mônica contou que era lá que ela se encontrava com Juscelino Dourado, ex-chefe de gabinete de Palloci.

“Eu aluguei um flat mobiliado por seis meses que era o lugar onde Juscelino me levava dinheiro”, afirmou. Na delação, a marqueteira contou que a campanha de Marta à Prefeitura em 2008 custou R$ 18 milhões, sendo R$ 10 milhões em caixa dois.

Questionada se a então candidata sabia do dinheiro por fora, afirmou: “Sabia, falei com ela. Negociação nunca, mas ela sabia”.


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