Douglas Lima

Hipócrita

A personagem incorpora a pessoa falsa, hipócrita, que ensina uma coisa, mas faz outra. Isso pode, isso não pode. É o médico cardiologista que no consultório e por aí condena peremptoriamente o uso do cigarro, mas que na intimidade dá gostosas baforadas.


Fabiana Karla faz uma personagem de humor, gorda, nutricionista. Em uma de suas gavetas de trabalho ela tem chocolate e outras guloseimas para consumo, durante o expediente. Aos clientes, é rigorosa quanto à ingestão de comida que pode favorecer a obesidade. Com “Isso pode, isso não pode’, bem no seu jeito engraçado, orienta a clientela, faz o espectador rir, e entre um paciente e outro paciente, vai empanturrando a barriga. A personagem incorpora a pessoa falsa, hipócrita, que ensina uma coisa, mas faz outra. Isso pode, isso não pode. É o médico cardiologista que no consultório e por aí condena peremptoriamente o uso do cigarro, mas que na intimidade dá gostosas baforadas. O político que arrota honestidade, mas está todo envolvido em corrupção. O religioso que prega a santidade do sexo somente usado para a procriação, porém é contumaz pulador de cercas. O comerciante que propaga pagar impostos e manter uma relação transparente com a clientela, mas altera para menos a pesagem da balança. O vendedor de açaí ralo que coloca trigo no produto para vendê-lo como se fosse do grosso. E assim vai… Todo ser humano age dessa maneira, alguns, costumeiramente, outros, de vez em quando. Quem não tem pecado que atire a primeira pedra.

 

Biografia religiosa

Contemporâneo das injustiças e horrores da Guerra dos Trinta Anos e das guerras civis francesas, conhecidas como Fronda, São Vicente de Paulo foi a voz dos sem poder e incansável no amparo aos pobres. Um homem que lutava contra a indiferença e a cobiça dos grandes. Sua história, que já foi tema de inúmeros livros, é contada de forma original na biografia escrita pela jornalista e escritora Marie-Joëlle Guillaume. A partir de fontes já conhecidas, mas consideradas sob novos olhares, e também a partir de registros inéditos, “São Vicente de Paulo: uma biografia” apresenta a vida de uma grande figura às voltas com a condição humana de seu tempo.

Nascido numa vila camponesa na França, São Vicente de Paulo se tornou padre com 19 anos. Criou confrarias e instituições de caridade, entre elas “Congregação dos Padres da Missão” e “Filhas da Caridade”, que com a parceria de Louise de Marillac despertou o compromisso e a generosidade de mulheres abastadas. Admirado pela corte e alta nobreza, Vicente de Paulo influenciou o reinado de Ana de Áustria e de Luís XIII, e foi conselheiro da rainha Margarida de Valois. Guillaume destaca a ambivalência da atuação do religioso: “A guerra e paz durante os ministérios de Richilieu e Mazarin, nomeações episcopais apanhadas entre o martelo das ambições terrestres e a bigorna dos deveres de devoção, missões distantes dos elãs de fervor da primeira metade do século, mais tarde a irrupção do jansenismo e o dilaceramento por ele acarretados, a mobilização de mulheres de alto coturno, em todos os níveis da sociedade, para fazer frente às desgraças da época, a invenção de novas estruturas da caridade, tudo isso, que apaixonou o século, recebeu de Vicente de Paulo uma resposta original”.

 

Sempre agradecidos
O bonito hino: ‘Nós aramos os campos’ muitas vezes é cantado durante as comemorações do Dia de Ação de Graças, em novembro. Para mim, ele evoca imagens de famílias que compartilham uma ceia tradicional durante a época da colheita.

Mas fiquei surpreso quando ouvi esse hino sendo cantado durante junho, totalmente fora do contexto tradicional. Aquilo me lembrou que, para o Seu povo, dar graças a Deus por Sua bondade e provisão significa uma celebração contínua.

Numa ocasião especial de celebração nacional, o rei Davi escreveu um cântico para guiar seu povo no louvor a Deus: “Rendei graças ao Senhor, invocai o seu nome, fazei conhecidos, entre os povos, os seus feitos. Cantai-lhe, cantai-lhe salmos; narrai todas as suas maravilhas. Gloriai-vos no seu santo nome; alegre-se o coração dos que buscam o Senhor” (1 Crônicas 16:8,10). Mas o cântico permaneceu como uma parte do livro de cânticos de Israel, num louvor contínuo: “Buscai o Senhor e o seu poder; buscai perpetuamente a sua presença” (Salmo 105:4-15).

Temos tanto para agradecer-lhe todos os dias. Deus supre continuamente todas as nossas necessidades. Por isso, celebremos com ações de graça todos os dias do ano. Para os cristãos, o Dia de Ação de Graças não é só mais um dia — é estilo de vida.— David C. McCasland


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