Governo federal doará R$ 25 milhões para programa na Cracolândia em SP
Recurso emergencial deverá ser usado no programa Redenção. Ministro Osmar Terra elogiou ações na Cracolândia.
A Prefeitura de São Paulo vai receber uma ajuda emergencial de aproximadamente R$ 25 milhões, disponibilizada pelo governo federal, para o programa Redenção, que combate o problema da dependência química na cidade. O anúncio do auxílio foi feito nesta sexta-feira (9) pelo prefeito João Doria e pelo ministro de Desenvolvimento Social e Agrário, Osmar Terra.
“O ministro, desde o início, foi solidário, nos ajudou no posicionamento, no planejamento e agora também na operacionalização, com a destinação destes recursos e o acompanhamento, ao longo dos próximos meses, podendo até ampliar este investimento para o programa Redenção”, afirmou Doria em entrevista coletiva realizada na sede da Prefeitura.
Durante seu discurso, o ministro Terra fez questão de elogiar o que chamou de “medidas corajosas que o prefeito vem tomando para resolver questões sociais”, referindo-se às ações promovidas pela gestão Doria na região da Cracolândia, no Centro da capital paulista.
Ação policial na Cracolândia em maio fez com que moradores deixassem o quadrilátero formado pela Rua Helvétia, Avenida Duque de Caxias e as alamedas Barão de Piracicaba e Cleveland e migrassem para a Praça Princesa Isabel. Também foi feita a demolição de imóveis com o objetivo de revitalizar o bairro da Luz e, nesta quinta-feira, começaram os atendimentos em contêineres a usuários de drogas da região.
Internação compulsória
O ministro Osmar Terra se mostrou a favor inclusive da possibilidade de internar compulsoriamente usuários de drogas. Segundo ele, a medida é importante para iniciar um tratamento. “A melhor maneira para você convencer uma pessoa a se tratar ou deixar de usar uma determinada droga é quando ela está desintoxicada. Quando a confusão mental dela diminui. Ela intoxicada está com uma confusão mental importante”, explicou.
“Ninguém sacrifica família, filhos, abandona todo mundo para ficar usando uma pedra por livre arbítrio. No começo, ela pode decidir o início de usar. Depois, é a pedra quem decide. É o poder da pedra que controla a vida dela. Então, ela de alguma maneira precisa passar por um período de desintoxicação, fora da fase aguda, para poder raciocinar”, completou o ministro.
O secretário municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Filipe Sabará, comemorou o aporte financeiro dado pelo governo Temer e informou que os recursos serão destinados para a compra e manutenção de equipamentos e serviços. “Neste momento de trabalho com os dependentes químicos vem a calhar muito bem essa ajuda”, disse ele.
Reajuste e confusão de Doria
Além dos cerca de R$ 25 milhões prometidos, a pasta chefiada por Sabará deve ver seu orçamento alavancado já a partir de julho. Em paralelo ao auxílio emergencial, o governo federal vai conceder um reajuste de 45% no valor que já é repassado anualmente ao município. O reajuste, também equivalente a R$ 25 milhões, não é exclusividade da capital paulista e será concedido a todas as cidades brasileiras.
Doria chegou a dizer mais de uma vez durante a coletiva de imprensa que o auxílio emergencial concedido pelo governo federal seria de R$ 50 milhões. O valor, no entanto, é aproximadamente metade disto, conforme explicou a equipe do Ministério de Desenvolvimento e Assistência Social posteriormente. O prefeito estava incluindo como parte do “aporte especial” o reajuste que, na verdade, será um direito de todos os municípios.
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