Virada Afro é considerado o maior evento de promoção da cultura afrodescendente do Amapá
Idealizada para ser uma vitrine da cultura, costumes e produção das comunidades e famílias de afrodescendentes, a Virada Afro abriu oportunidades para negócios e oportunidades, espalhados em 60 quiosques mostrando a diversidade na produção.
A estimativa da Fundação Palmares é que durante a Virada Afro, cerca de 25 mil pessoas circularam no evento, que durante três dias fomentou o negócios de empreendedores e a cultura musical de cunho afro no Amapá. No projeto, realizado em parceria entre a Fundação Palmares e o Governo do Estado através das Secretarias de Afrodescendentes (Seafro) e Cultura (Secult), houve o investimento de R$ 1 milhão de emenda, destinada pelo deputado federal Marcos Reátegui. Segundo dados da Polícia Militar, o evento ocorreu sem casos de violência.
Vitrine da cultura afro
Idealizada para ser uma vitrine da cultura, costumes e produção das comunidades e famílias de afrodescendentes, a Virada Afro abriu oportunidades para negócios e oportunidades, espalhados em 60 quiosques mostrando a diversidade na produção. Alimentos, condimentos, vestuário, bijuterias, brinquedos, bebidas, estética, objetos decorativos, artes plásticas, entre outros produtos foram expostos e comercializados com sucesso. No geral, os empreendedores avaliaram a Feira do Afroempreendedor como a melhor oportunidade para negócios e cultura negra deste ano.
“Consegui vender bastante, o lucro foi muito bom, e a Feira também foi uma excelente oportunidade para que nossa cultura e produtos ficassem expostos para um grande público. O artesanato da comunidade do Coração ganhou visibilidade, e isso é muito importante”, disse a artesã Rosângela Costa. Carmem Sheila, do distrito de Igarapé do Lago, levou para vender o tucupi com pimenta artesanal, e avaliou a Virada como um verdadeiro corredor da cultura negra, e a artista plástica Graça Sena vendeu todas as telas, e ainda volta pra casa com muitas encomendas.
Música e tradições afrodescendentes
Nos dois palcos que limitavam a Feira, a tradição musical e artística de afrodescendentes atraiu um grande público para os shows regionais, nacionais e um internacional. Em uma extremidade, Dudu Nobre, Araketu, Amadeu Cavalcante, Senzalas, bandas Afro Brasil, Adail Júnior e Negro de Nós, Ramon Frazelly, Zé Miguel, e no palco das comunidades, grupos de marabaixo, batuque, zimba, sairé e tambor de crioula, dando a oportunidade para gostos diversos. A capoeira, reggae, hip-hop e cultos afros também tiveram espaço nos palcos.
“Fazia muito tempo que eu não fazia show para um público tão grande, estou emocionado. A Virada Afro precisa continuar, se a primeira foi assim, as demais com certeza serão bem melhores para a cultura afro e população”, disse o cantor Zé Miguel. Silmara Lobato, da Negro de Nós, encerrou o show agradecendo a iniciativa. “Foi muito importante este investimento na cultura, nós artistas estávamos precisando, e o público também. Foi lindo ver essa multidão dançando, cantando e aplaudindo, olhar do palco este corredor lotado e cheio de energia positiva da uma satisfação enorme. Parabéns à todos”.
Sem violência
O diretor de Comunicação da PM/AP, Alex Sandro, informou que foram disponibilizados 70 policiais, entre eles, 56 na ronda a pé, e o apoio de viaturas além de outras unidades operacionais. Nos três dias de evento apenas um fato gerou ocorrência, que foi a apreensão de dois menores após um roubo nas proximidades, mas os celulares foram devolvidos às vítimas e a arma de fogo e drogas que portavam, recolhidos. “Foi um grande evento, e a população aproveitou em segurança, foi tranquilo”, disse o capitão Alex Sandro.
Conhecimento e compromisso
A programação da Virada contemplou ainda momentos de conscientização e valorização. Mesas redondas e debates reuniram lideranças e representantes de instituições e comunidades, que também participaram do lançamento do projeto Conhecendo Nossa História: Da África ao Brasil. O presidente da Fundação Palmares, Erivaldo Oliveira, ministro Gilberto Kasseb, e técnicos da instituição vieram ao Amapá participar da Virada Afro e dos debates. “Um grande evento que tem tudo para ter continuidade, o deputado Reátegui e a Seafro podem contar com a Fundação Palmares”, disse o presidente Erivaldo.
“Enquanto parlamentar tenho que assumir meu compromisso e incentivar eventos deste porte, por isso a emenda de R$ 1 milhão, e este valor com certeza foi multiplicado, com o retorno que o público deu para músicos, artesãos, cozinheiros, ambulantes, todos empreendimentos e artistas que o projeto alcançou. O setor público deu a oportunidade para todos mostrassem seus talentos, e o resultado foi muito bom, muitas pessoas satisfeitas, mas vamos fazer uma avaliação, ouvir a população, e em 2018 a Virada irá superar o sucesso desta primeira, e os turistas irão chegar para conhecer”, disse deputado Marcos Reátegui.
Mariléia Maciel
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