Política Nacional

Janot diz que não é preciso prova ‘satânica’ para ligar Temer a mala com dinheiro

A expressão usada pelo procurador-geral faz um trocadilho com o termo “prova diabólica”. No direito, “prova diabólica” é a modalidade de prova impossível ou excessivamente difícil de ser produzida.


O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse que não é preciso uma prova “satânica”, “quase impossível”, para ligar o presidente Michel Temer à mala com dinheiro recebida pelo ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), ex-assessor especial de Temer.

Janot defendeu que os indícios contra o presidente são mais do que suficientes para apresentar uma denúncia, relembrando um questionamento antigo dentro da Procuradoria. “Não é possível que para eu pegar um picareta eu tenha que tirar a fotografia do sujeito tirando a carteira do bolso de outro. Ninguém vai passar recibo. Esse tipo de prova é satânica, é quase impossível. Tem que se olhar a narrativa.”

A expressão usada pelo procurador-geral faz um trocadilho com o termo “prova diabólica”. No direito, “prova diabólica” é a modalidade de prova impossível ou excessivamente difícil de ser produzida.

A declaração foi dada durante a palestra “Desafios no combate à corrupção: a Operação Lava Jato”, no 12° Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo). A Operação Lava Jato foi tema central do evento em São Paulo, que começou na quinta-feira (29) e termina neste sábado.

A palestra de Janot foi mediada pela jornalista Renata Lo Prete, da GloboNews, que apresentou o procurador-geral como o “entrevistado mais procurado da República”. Janot rebateu, de imediato, com bom humor: “Mas sem tornozeleira”.

Janot também afirmou que denunciar o chefe do Executivo do país não é algo que lhe dá prazer. “Queria passar ao largo disso, mas tenho que cumprir minha missão.” Sobre Rocha Loures, solto neste sábado após decisão do STF, Janot disse que “a mala já diz tudo”. O ex-deputado foi flagrado pela Polícia Federal deixando uma pizzaria com uma mala de dinheiro.


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