Nota 10

Estação Lunar 2017 encerra com homenagem, miscelânea de ritmos e gosto de quero mais

A praia ficou lotada de ponta a ponta. Mais de 10 mil pessoas, segundo o inspetor Rui Seco, da Guarda Municipal, prestigiaram uma noite regada a muita música com artistas locais.


Foi em clima de muita animação que encerrou a Estação Lunar deste ano, na quinta-feira, 27, promovida pela prefeitura, no balneário de Fazendinha, como parte da programação do Macapá Verão. A praia ficou lotada de ponta a ponta. Mais de 10 mil pessoas, segundo o inspetor Rui Seco, da Guarda Municipal, prestigiaram uma noite regada a muita música com artistas locais. O evento foi especial, em homenagem ao grande mestre Nonato Leal, que também se apresentou.

Sabrina Zahara, cantora recém-lançada no mercado, foi quem abriu a noite, e lindamente. Após apresentação, ela agradeceu. “Tenho muito gratidão pelo projeto, pela acolhida. Sou muito sortuda em estar no meio de tantos talentos excepcionais do nosso estado, em início de carreira”.

A Banda Mini Box Lunar, conhecida pelo estilo Folk Rock/Psicodélico, surpreendeu ao trazer no repertório clássico do popular brega, com toques requintados de metal. A vocalista Heluana Quintas desceu do palco esfuziante. “A Amazônia é essa mistura. Quando viajamos, muitas pessoas perguntam o porquê do nome da banda ser Mini Box Lunar. Nós, que somos daqui, sabemos e estamos acostumados com os comercinhos que vendem de tudo, e assim é a nossa arte, uma miscelânea de sons e ritmos, e essas diferenças todas, que falam da nossa Amazônia, cabem e estão na Estação Lunar”.

Helder Brandão e Beto Oscar também cantaram a linguagem deste lugarejo chamado Amapá, aonde as caixas de Marabaixo e Batuque conduzem o povo do rio-mar Amazonas. O “poetinha” Osmar Júnior relembrou sucessos marcantes da sua carreira e fez um coro, com milhares de vozes, cantar junto. O músico Lolito do Bandolim dedilhou chorinhos inesquecíveis, canções regionais marcantes e teve como convidada especial a cantora Oneide Bastos, que interpretou uma de suas músicas autorais.

Um dos momentos mais emocionantes foi a participação do professor, mestre erudito e popular Nonato Leal. Ele recebeu das mãos do prefeito Clécio uma placa de reconhecimento pelos serviços de relevância prestados à cultura amapaense e pela passagem de seu aniversário. Aos 90 anos, ele já anda com certa dificuldade, precisa do apoio dos filhos para guiá-lo. Mas a sua conectividade com o seu violão continua inabalável. Acompanhado do filho ao violão, o também maestro Venilton Leal, Nonato executou um lindo show e o reconhecimento do público veio em forma de aplausos, em pé.

“Esta homenagem é apenas um pequeno gesto de demonstração de respeito, de reconhecimento e de gratidão por tudo o que o senhor representa para nós do Amapá. Pela sua história, competência, profissionalismo e legado. É com muito orgulho que entrego esta placa ao senhor, um dos mais ilustres moradores de Macapá”, referenciou o prefeito Clécio Luís, emocionado, ao passar a simbólica lembrança ao mestre Nonato.

Sim, a última Estação Lunar de 2017 foi repleta de fortes emoções. Patrícia Bastos chegou a Macapá para festejar, juntos com os daqui, sua mais recente conquista: a indicação ao Prêmio da Música Brasileira entre grandes nomes. A primeira amapaense a chegar tão longe. Atualmente, a cantora vive em ponte aérea norte-sudeste, mas aqui é o seu chão. Uma legião de fãs aguardava ansiosa pelo show e ela só queria retribuir o carinho.

“Este ano passei a maior parte da minha vida em São Paulo. Cheguei para fazer o show no Macapá Verão, mas já vou ter que voltar. Estou muito emocionante e espero não chorar. Quero aproveitar tudo o que eu puder e dar o meu melhor para esse público que veio à Fazendinha, que respeita e acompanha meu trabalho. É a forma de demonstrar o amor que tenho pelo meu povo, pelo rio Amazonas, pelos artistas daqui. Amo cada pedaço desta terra”, disse. Os cantores Enrico Di Miceli e Brenda Melo foram os convidados de Patrícia para dividir o palco. Antes da Estação Lunar, o último show de Patrícia em Macapá foi em outubro, no lançamento do álbum Batom Bacaba. Agora ela se prepara para mais uma conquista: agenda de shows na Europa.

E quem assistiu se encantou. E quem veio de muito longe se contagiou com o gingado movido a caixas das nossas músicas. “Estou encantada. A atmosfera é boa, tem pessoas de todas as idades e a música te dá vontade de ficar aqui e não parar mais de dançar. A sensação das férias está sendo muito boa aqui. As minhas pernas não querem mais parar de dançar, preciso continuar dançando”, expressou a residente médica russa Nastya Sereda.

O empresário José Valter Cunha participou de todas as edições da Estação Lunar, sempre acompanhado de toda a família. “É o mais marcante projeto de divulgação e promoção da cultura já visto em Macapá. Um grande evento, feito com muita organização e com atrações maravilhosas, voltadas para as famílias, em um local belo, que é ponto turístico da nossa cidade. Não há como não prestigiar e como não se encantar. Virei sempre. Aliás, acho que deve se estender, além das férias”.

E para fechar a noite com energia total, a cantora Silmara Lobato, da Banda Negro de Nós, fez a Fazendinha tremer. O público dançou do início ao fim do show. Um grande coro se formou para cantar junto. O cantor Marcelo Dias foi convidado do grupo como participação especial. Ele cantou quatro sucessos de seu repertório e animou a galera. Silmara voltou ao palco, mas desceu e foi para junto das pessoas. Na areia da Fazendinha, levou todos ao delírio. Era quase meia noite e meia quando cantou a última música e se despediu, mas o povo pediu bis e foi atendido. E foi nesse clima, de quero mais, que foi encerrado mais um ano da Estação Lunar, um projeto surgido em 2014, e que já consta no calendário oficial do Macapá Verão.

O Macapá Verão 2017 é uma realização da prefeitura (maior investidor), com patrocínio da Fundação Nacional de Artes (Funarte), por meio de emenda parlamentar da ex-deputada federal Dalva Figueiredo e Caixa Econômica Federal. Em 2018 tem mais!

Fotos: Max Renê


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