Política Nacional
Deputado que tatuou Temer no corpo quer anexar o Amapá ao Pará
Paraense, Wladimir Costa teve infância miserável, ingressou na política, foi cassado em 2014, mas se mantém no mandato por Liminar e se notabilizou por atitudes extravagantes
RAMON PALHARES
CORRESPONDENTE EM BRASÍLIA
O deputado Wladimir Costa (Solidariedade/PA) que tatuou o nome do presidente Michel Temer no corpo é autor de um projeto de lei na Câmara que anexa o Amapá ao Pará, que ainda não foi apreciado pelas Comissões da Casa conforme foi revelado neste domingo (06) pelo jornal Folha de São Paulo em matéria assinada pelos jornalistas Gabriela Sá Pessoa e Moisés Sarraf.
A reportagem revela também que o parlamentar, paraense, teve infância miserável, ingressou na política, foi cassado em 2014, mas se mantém no mandato por Liminar e se notabilizou por atitudes extravagantes. O mandato dele foi cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA), que o condenou por não ter declarado gastos de R$ 400 mil na campanha eleitoral. Se a sentença for confirmada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o deputado pode se tornar inelegível.
Wladimir Costa ainda era um garoto “miserável, uma figura raquítica”, mas de uma coisa já sabia. “Tinha que recorrer à garganta”, ele conta, lembrando como se sobressaía no mercado Ver-o-Peso, em Belém, onde vendia creme dental Kolynos. “Eu gritava, gritava. Sempre foi assim nas minhas conquistas”, diz deputado hoje, aos 53 anos.
Porém, o deputado começou a ter visibilidade nacional a partir da semana que antecedeu a votação da autorização para que o Supremo Tribunal Federal (STF) abrisse investigação contra Temer quando foi fotografado, sem camisa, ostentando o nome de Temer tatuado no ombro e prosseguiu até o dia da votação (quarta, 2) que barrou o prosseguimento da denúncia contra o presidente, que defendeu apaixonadamente na tribuna.
Na mesma sessão acabou sendo flagrado por um repórter tendo uma conversa nada republicana com uma mulher no WhatsApp: “Mostra a tua bunda”. Ele se defendeu afirmando que tudo não passou de brincadeira, pois sua interlocutora seria uma jornalista que insistia para que tirasse a a camisa para provar que a tatuagem era real. Em também foi filmado inflando e ostentando bonecos do ex-presidente Lula vestido de presidiário.
Antes, porém, bem antes, mais exatamente em abril de 2016, ele também protagonizou a mídia nacional quando fez voar confetes no plenário da Câmara em apoio ao impeachment da então presidente Dilma Rousseff. Na contramão dessas extravagâncias, segundo a reportagem, Wladimir Costa tem se notabilizado no Parlamento pela ausência: neste mandato ele faltou em 73% das votações, além do fato de que desde o seu primeiro ano na Câmara (2003) o deputado federal não aprovou nenhum projeto dele.
Além d a anexação do Amapá ao Pará, Wladimir Costa já propôs a criação d o dia do professor de dança. Outro projeto dele pune deputados que, no exercício do cargo, caluniem ou ofendam “qualquer pessoa ou outro parlamentar”, o que poria fim à imunidade, mas, contraditoriamente, na sessão da votação do pedido de investigação contra Temer o deputado foi advertido duramente pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), por chamar o PT de “organização criminosa”. Ele também contabiliza em seu currículo negativo dois pedidos de investigação por calúnia, injúria e difamação no STF, um dos quais movido pelo ex-aliado Jader Barbalho (PMDB-PA). O senador se queixa de entrevista em que o deputado disse que “Barbalho não é sobrenome, é por-no-gra-fia”.
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