Há 18 anos na Justiça Federal, Sergio Moro se inspira em caso
Estudou operação que aconteceu na década de 1990 em Milão
Se a vida do juiz Sérgio Moro virasse um filme, seria fácil construir a narrativa até o momento em que ele ser tornou protagonista da Operação Lava Jato e, a partir daí, conhecido nacionalmente. Desde que entrou na Justiça Federal, há 18 anos, a impressão que se tem é que Moro vem sendo, ao longo dos anos, preparado para este caso.
As primeiras prisões da Lava Jato assinadas por Moro investigavam mais uma ação de um grupo de doleiros. Entre eles, Alberto Youssef, velho conhecido do juiz por já ter sido preso outras oito vezes no Paraná, estado natal de ambos.
Com os conhecimentos que acumulou ao longo dos últimos anos em julgamentos de lavagem de dinheiro, Moro se deparou com uma investigação da PF e do MP, que foi puxando o fio do novelo (seguindo o dinheiro, como o próprio Moro chegou a dizer em palestra) e chegou ao bilionário esquema de corrupção instalado na Petrobras, maior empresa brasileira, com envolvimento de políticos, doleiros, operadores e empresários.
Estudioso da Operação Mãos Limpas, que acabou com um complexo sistema de corrupção na administração de Milão, na Itália, Moro virou um dos personagens centrais de uma operação no Brasil que pode se tornar tão grande quanto a Mãos Limpas italiana.
Em artigo de 2004, exatos dez anos antes do início da Lava Jato, Moro descrevia a amplitude das Mãos Limpas. “A ação judiciária revelou que a vida política e administrativa de Milão, e da própria Itália, estava mergulhada na corrupção, com o pagamento de propina para concessão de todo contrato público”, escreveu na introdução.
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