Famílias de pacientes que aguardam cirurgias recorrem ao MP
Sesa diz que houve atraso em cirurgias por falta de equipamentos
Famílias de pacientes que aguardam cirurgias ortopédicas de média e alta complexidades no Hospital de Clínicas Alberto Lima (Hcal) denunciaram à Promotoria de Saúde do Ministério Público (MP-AP) demora para a realização de procedimentos e falta de leitos na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital. Segundo eles, a espera por uma cirurgia pode chegar a cinco meses. A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), informou que houve atraso nas cirurgias por falta de equipamentos e que os mutirões foram retomados.
O estudante Luan Pacheco disse que a mãe dele aguarda por uma cirurgia na perna desde outubro de 2014 no Hcal. Segundo o estudante, o procedimento foi cancelado por quatro vezes devido a falta de prótese: “Desde o dia 30 de outubro foi feito o pedido cirúrgico dela, mas todas as vezes que não puderam ser feitas foi por esse problema. É uma situação lamentável”.
A dona de casa Jacilene Sampaio diz que passa pela mesma situação. A mãe dela tem osteoporose e aguarda há três meses por uma cirurgia, que segundo ela, depende de uma prótese especial que está em falta na rede pública: “Tem que ser comprado de fora a peça porque aqui não tem. As que têm lá (no Hcal) não servem por causa da doença da minha mãe. Ela espera há três meses desde quando ela deu entrada no pronto-socorro (Hospital de Emergências)”.
Ana Rita Correa também conta que a mãe aguarda por uma cirurgia ortopédica e que o procedimento ainda não foi realizado por falta de leitos na Unidade de Terapia Intensiva e porque há falhas na esterilização nos equipamentos utilizados nas cirurgias: “A autoclave está quebrada há mais de dois meses e os equipamentos estão sendo esterilizados no PAI (Pronto Atendimento Infantil), ele vai e volta de maca. E o que acontece é que a atendente informou que o material já pode entrar contaminado no centro cirúrgico e todos os pacientes operados correm risco de vida”, contou.
O promotor de Saúde, André Lima, informou que o MP entrou com uma ação judicial no dia 9 de abril para obrigar o estado a reativar cinco vagas na UTI do Hcal. Atualmente, apenas seis leitos estão funcionando. A ação é resultado de uma vistoria que a instituição realizou na unidade: “Só essa semana nós ingressamos com uma ação para tentar beneficiar 20 pessoas que precisam de cirurgia. A gente consegue atender essas pessoas, mas a gente acaba tendo que fazer um esforço com o judiciário para tentar chegar a uma solução. O ideal seria que a estrutura dos hospitais fosse melhor para evitar essas situações”.
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