Nota 10
Superação desperta talento de artista plástico, que agora prega a popularização da arte
Pedreiro, Francisco Damasceno foi tirado do fundo do poço pelo conselho de um andarilho quando mergulhava os maus pensamentos nas águas barrentas do Rio Amazonas e começou a pintar em ‘fundos’ de gavetas retiradas das ruas.
Agora artista plástico com talento reconhecido em nível nacional, Francisco Damasceno é um exemplo de superação: segundo ele próprio confessou no programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90.9) na manhã desta segunda-feira (16), quando estava prestes “a fazer uma besteira” em meio a tantos desencontros e sofrimentos, contemplando as águas barrentas do Rio Amazonas, da Orla de Macapá, o conselho de um despertou o seu talento de artista plástico há cinco anos. Como resultado, ele atualmente possui obras em quase todos os estados brasileiros, cuja qualidade do seu trabalho é reconhecida em nível nacional.
O artista, que é um dos sete expositores da Semana dos Museus, que tem como tema “O museu e suas memórias”, aberta nesta segunda-feira na Biblioteca Pública Elcy Lacerda, afirmou que o seu objetivo é popularizar as artes plásticas: “Eu pintei telas exclusivas e espero que a população vá lá na exposição ‘Memórias Amazônicas” coordenada pela professora Carla Regina; minhas telas têm preços acessíveis a todos os segmentos da população, porque minha preocupação é popularizar a arte, permitindo que todos possam adquirir trabalhos a preços populares, acabando com aquele pensamento que só vai a exposição de arte quem tem dinheiro. O objetivo é trazer o público de baixa renda pra prestigiar e comprar também.
O artista falou sobre a sua trajetória artística: “Comecei pintar em 2011, tenho, portanto, cinco anos de carreira. Eu cheguei em Macapá em 2000 para trabalhar como mecânico, indicado pelo Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), mas sofri um acidente e devido à depressão porque o INSS cortou irregularmente o meu benefício; eu estava chorando na Beira-Rio, pensando em muitas loucuras, aí um hippie me abordou e me disse: ‘Que é isso, meu patrão, o senhor junta fundos de gaveta daquelas que estão na rua, arruma tina, porque não vai ter dinheiro pra comprar tela, e o senhor pinta um paisagem; olha aquele rio bonito, pinta ele e seus pensamentos ruins vão embora’. Fui pra casa, juntando fundos de gavetas na rua e comecei a pintar, começaram a me incentivar, fui me aprimorando, fiz umas oficinas na Candido Portinari, entrei na escola; ali eu conheci um cidadão chamado J. Sales, um talento na arte, e ele disse que eu tinha como seguir o caminho da arte; atualmente já pintei mais de 300 quadros, tenho quadros pelo Brasil todo”.
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