Presidente da Ecometals discorre sobre mineração no Amapá
Avanços e recuos da extração de riquezas do subsolo amapaense, alguns judicializados
Diário do Amapá – O senhor é o presidente da Ecometals, os proprietários do único projeto de manganês no Amapá, ou seja, as pilhas de manganês e o rejeito da bacias em Serra do Navio. O senhor poderia nos falar sobre o progresso que está sendo feito para colocar essa riqueza em produção?
William Lamarque – Sim. We viemos para Serra do Navio nove anos atrás e somos os acionistas controladores da Ecometals Manganês do Amapá Ltda, Emal, uma empresa com sede no estado, a qual é a proprietária e gerencia o projeto de manganês. O projeto é tecnicamente simples, fácil de comercializar, mas we estivemos confrontados com uma série de desafios, primeiro, o nosso parceiro original que repetidamente ignorou os termos de nosso contrato de joint venture (felizmente ele não é mais nosso sócio), e subsequentemente por uma sucessão de aventureiros que ele persuadiu a financiar inúteis e desesperadas ações judiciais a seu favor nas instituições federais e estaduais, como também nas cortes estaduais e federais. Nós sempre mantivemos nossa fé que as cortes poderiam por fim e rejeitar este absurdo e, eu estou feliz em dizer que o Tribunal de Justiça do Amapá correspondeu àquela confiança. Nós necessitamos ainda de uma decisão de primeira instância para podermos finalmente virar a página e começar nossas operações.
Diário – Isto deve ser um grande alívio. Nós entendemos que existe uma ampla crítica fora do Brasil sobre a integridade das instituições governamentais e sobre a capacidade do Judiciário de prover decisões justas em tempo hábil. O senhor concorda com isso à luz de sua experiência?
William – Bem, I não estou dizento que se os processos fossem mais rápidos eles não seriam benvindos, mas no final chegamos lá. Eu tive o privilégio de assistir a uma sessão do Tribunal de Justiça, no início desta semana, e fiquei impressionado como os casos eram difíceis de ser julgados, em particular, um que ocorreu antes do julgamento em que tínhamos interesse direto, o caso que veio pelo estado relativo à legalidade de uma adoção, uma decisão difícil de importância naturalmente grande para a mãe adotiva da criança. A forma sensível com o que o representante do Ministério Público se manifestou, impressionou-me enormemente e, também colocou nossa disputa comercial em sua própria perspectiva. Quanto às instituições administrativas, o novo governo do estado certamente parece, em poucos meses de mandato, ter ajustado os procedimentos negligentes em algumas secretarias com as quais nos lidamos anteriormente. Em resumo, a interface entre projetos de mineração e governos tende a ser um pouco impaciente no mundo, mas nós nos sentimos confortáveis de que conseguiremos uma relação justa aqui, pois nossos direitos estão resguardados e o ambiente operacional é, em geral, satisfatório.
Diário – Por que o Amapá é o único estado marítimo que não exporta minérios?
William – Esta é uma triste estatística. Você certamente não pode culpar apenas a infra-estrutura. Nós temos a única ferrovia do norte da Amazônia, o porto é adequado e eficiente, embora não possa receber navios com capacidade maior que 45 mil toneladas, fator que afeta a economicidade de carregamento de minérios para longa distâncias, em particular para a China, quando os preços para o aço, como minério de ferro e manganês estão pressionados. Certamente o governador anterior aparentemente não demonstrou, entre suas prioridades, que o Amapá é um lugar bom e seguro para investimentos privados. Mas o fator chave é que agora tem muito menos recursos financeiros disponívies para exploração ou projetos minerais em estágio inicial do que em 2008. Em verdade, agora é quase impossível financiar projetos em estágio inicial nos mercados financeiros públicos em qualquer lugar no mundo. O Amapá tem um número muito limitado de projetos estabelecidos e novos projetos não vão provavelmente não vão ser implantandos até que o capital torne-se mais disponível quaisquer que sejam as atrações da jurisdição. É importante ressaltar que existe um projeto de minério de ferro, em fase inicial, perto de Porto Grande, financiado por um grupo de investidores sediados em Nova Iorque, e que foram encorajados por nós. Este projeto poderá se tornar muito interessante em um ano ou dois. O único projeto de material sendo escavado, carregado nos trens e exportado é o nosso projeto e, nós projetamos iniciar os carregamentos em julho deste ano.
Diário – O senhor acredita que os projetos de minério de ferro estabelecidos no Amapá permanceram fechados?
William – Esta é uma questão para a Zamin e Unagem. O preço do minério de ferro está muito baixo e eu não tenho conhecimentos dos custos de extração e logística deles, e mesmo quais são as intenções das duas empresas.
Diário – Então a Ecometals Manganês é o melhor prospecto do estado para novos empregos no setor mineral?
William – Eu acredito que sim. Nós temos como objetivo empregar aproximadamente 130 pessoas (empregos diretos e indiretos), além daqueles já empregados em nosso escritório em Macapá.
Diário – Algumas vozes do governo estadual e representantes eleitos pelo estado têm demonstrado preocupação acerca da deteriorização da ferrovia. O senhor tem alguma inquietação sobre este assunto?
William – Não. A Zamin conduz a ferrovia sob os termos da concessão do estado do Amapá. É um dever e obrigação manter a linha férrea em bom estado para ela e para terceiros. I não imagino que o governo do estado permitirá que aquela obrigação seja evitada, especialmente dado ao fato de que tantas vidas e não insignficantes receitas do Estado dependem de a ferrovia manter-se aberta para a segurança e a eficácia das operações.
Diário – O senhor já concluiu em termos satisfatórios a negociação para uso da ferrovia?
William – Eu prefiro não comentar sobre nossas negociações as quais estão em andamento.
Diário – Bem, concluindo, desejamos ao senhor boa sorte em Serra do Navio e muito obrigado pelo seu tempo.
William – Muito obrigado e foi um prazer.
Foi gerente associado da Balor Capital Management LLC, desde outubro de 2007 e Gold Street Advisors LLC, desde setembro de 2007, companhias que são especializadas em comercialização de comodities e gerenciamento de risco de derivativos de comodities.Depois de ter sido Gerente Geral da China Trading Division da Jardine Matheson em Hong Kong, o senhor Lamarque associou-se a N.M. Rothschild and Sons Ltd. em Londres, onde tornou-se Membro Executivo do Conselho de Administração, depois de servir por diversos anos como Gerente Geral do grupo na China, baseado em Hong Kong.
Subsequentemente tornou-se Diretor Gerente da Rothschild Inc. em Nova Iorque, com a responsabilidade de financiamento para grupos de comercialização de comodities e metais nas Américas.
É Membro do Conselho de Administração da Handeni Gold Inc. desde março de 2012, como Vice-Presidente.
É Diretor da Ivanhoé Mines desde junho de 2006.
É o Chief Executive Officer (CEO) da Ecometals Ltd. desde janeiro de 2011.
Deixe seu comentário
Publicidade