Cidades

Após um ano de internação, bebê abandonado em hospital recebe

Benjamim foi levado para abrigo, onde fica à espera de adoção



 

Após um ano do nascimento, o pequeno Benjamim, xodó dos funcionários da Maternidade Mãe Luzia, em Macapá, deixou a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Ele foi abandonado pela família no leito do hospital logo depois de nascer, e, na segunda-feira (27), pôde pela primeira vez sair da unidade após apresentar avanços satisfatórios no quadro clínico. O menino nasceu prematuro no dia 29 de março e ficou com sequelas neurológicas e motoras, mas seu quadro é considerado estável. A luta de Benjamim, agora, passa a ser por um lar.

O bebê está sob os cuidados dos profissionais da Casa da Hospitalidade, em Santana, a 17 quilômetros de Macapá. O encaminhamento dele para o abrigo foi decidido pela Justiça por causa da existência de servidores capacitados para os cuidados com a criança, que nasceu com 680 gramas e 26 semanas na barriga da mãe. Ele ficou durante vários meses respirando com o auxílio de aparelhos na maternidade. Funcionários do hospital acreditam que a vontade de viver do pequeno Benjamim sempre foi tão forte que o fez vencer infecções, hemorragias e paradas cardíacas.

O próximo desafio de Benjamim é encontrar uma familiar. Abandonado pela mãe na maternidade no dia do nascimento, ele nunca recebeu a visita de parentes. O bebê, no entanto, não ficou sozinho e foi ‘adotado’ por médicos, técnicos e enfermeiros, que passaram a cuidar dele em revezamentos de plantões. O nome foi escolha dos servidores e Benjamim também ganhou uma festa de aniversário realizada pelos funcionários, quando completou um ano de nascimento. A comemoração teve bolo, refrigerante, decoração, confetes e serpentinas.

A médica Érica Aimoré, uma das várias “mães” que Benjamim conquistou na maternidade, disse que a despedida foi um dos momentos mais difíceis. “Foi um ‘chororô’ na UTI porque criamos um afeto com o bebê, pelo contato diário”, contou.

Segundo a médica, Benjamim está com o quadro de saúde estável, mas exige cuidados especiais. O bebê apresenta dificuldades neurológicas e motoras, no entanto, consegue sorrir e fazer pequenos gestos com pés e mãos. “Temos a informação de que ele saiu daqui com duas famílias interessadas, o que nos enche de esperança e deixa a gente muito feliz”, comemorou.


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